05 abril 2016

TAG: 20 músicas

postado por Manu Negri



Não sou de trazer tags/memes compartilhados na blogosfera, mas achei tão legal esse encontrado no blog Lua Vai que resolvi abraçar o desafio. :D


1. Música favorita: Untitled #4 – Sigur Rós



Música favorita da vida, da banda favorita da vida, como eu já disse aqui. Conheci Sigur Rós em uma época da minha vida em que eu estava descobrindo tudo sobre mim mesma, conhecendo gente maravilhosa, aprendendo, refletindo, e Untitled #4 marcou muito. Quem assistiu Vanilla Sky talvez se lembre dela tocando na última cena.

Curiosidade: o álbum ( ), cujo encarte é completamente isento de textos, contém 8 músicas, todas sem título e cantadas em "esperancês"– um idioma inventado pela banda que mistura islandês com sons aleatórios.


2. Música que mais odeia: Hotline bling – Drake



Difícil encontrar no meu arquivo mental a música que MAIS ODEIO NA FACE DA TERRA. Tem muitas que odeio. Mas, no momento, eu simplesmente não suporto escutar essa do Drake. É tocar na rádio que eu mudo de estação. E o pior é que, mesmo a odiando, ela gruda diabolicamente na cabeça.


29 março 2016

Como eu era antes de você

postado por Manu Negri


Não sou muito chegada em romances, mas acho que posso confirmar com alguma segurança que esse livro de 317 páginas da britânica Jojo Moyes é o melhor que peguei em tempos. Melhor que Um dia e P.S: eu te amo, inclusive, que eu julgava serem insuperáveis na conjuntura da época.

Li Como eu era antes de você com a fúria e a paixão de quem come batatas chips assistindo à Netflix num domingo chuvoso. A caminho do ponto de ônibus, dentro do ônibus, no elevador, na rua, na fazenda e, se eu tivesse uma casinha de sapê, nem ela teria escapado. Ontem, finalmente cheguei ao último parágrafo em meio a lágrimas e a uma certeza sobre quem eu era e o que restou de mim depois de concluir a história de Lou e Will:


          
Fotos reais

Louisa Clark é uma excêntrica moça de 26 anos que está acostumada a viver sua vidinha sem grandes emoções em uma pacata cidade da Inglaterra. Depois que a cafeteria onde foi garçonete por anos é fechada, ela se vê obrigada a arranjar um emprego novo o mais rápido possível. Entre entrevistas e experiências frustradas, ela enfim é contratada pela rica família Traynor como cuidadora de Will, um jovem que teve sua vida movimentada e enérgica interrompida após um acidente que o deixou tetraplégico.


16 março 2016

Noahs: banda indie folk brasileira da boa!

postado por Manu Negri


Noahs é um desses presentes que o Spotify nos dá: conheci as músicas num desses Descobertas da Semana da vida e, como se o som não fosse o suficiente pra me apaixonar, descobri que a banda é brasileira.

Depois de morarem alguns anos em uma cidade do Canadá, os irmãos Murilo e Danilo Brito voltaram para o Brasil, mais precisamente para Florianópolis, se juntaram com Bruno Bastos e fundaram a Noahs. Com letras em inglês, as (até o momento) 5 músicas da banda, do EP Cedar & Fire, têm uma sonoridade muito gostosa, com arranjos de uma qualidade incrível, que me lembraram um pouco The Lumineers.

Juntando-se à guitarra, bandolim, violão e baixo, chegou a bateria do quarto e recente integrante da banda, Felipe Hipólito. O nome, Noahs, veio da percepção de que alguns cantores e bandas que eles curtem trazem animais em seus nomes artísticos, como Boy and Bear e o Sea Wolf. E Noahs, "noés" em português, significa aqueles que acolhem os animais. Bacana, né?

Na fanpage do Facebook, os mocinhos antecipam novidades do próximo EP. Enquanto isso, aproveita que o primeiro lançamento está todo disponível no Spotify e solta o som. Eu gostei tanto dele que não consigo nem indicar uma canção preferida, mas, com algum esforço pensando, vai lá: Catching stars.



05 março 2016

O trunfo de "A bruxa" está na sua simbologia

postado por Manu Negri


Três horas antes da sessão e a sala já estava praticamente lotada. Enquanto eu me sentava no meu lugar marcado, vários góticos suaves, adolescentes e um moleque invocando o belzebu procuravam suas poltronas. Naquele momento, imaginei que no meio do filme ele dispararia tiros contra a plateia, no melhor estilo american way of life, mas achei que um revólver pudesse ser uma arma pouco satânica, e usar facas contra toda aquela multidão daria muito trabalho. O que importa é que o marketing de A bruxa fez efeito: críticas positivas da mídia especializada, elogios de Stephen King e até de um tal Templo Satânico venderam A bruxa como uma grande promessa pra te deixar cagado de medo no cinema.

Estamos no ano de 1600 e pouco, numa comunidade rural da Nova Inglaterra. A família super-religiosa do patriarca William, composta por ele, a esposa e seus cinco filhos, é expulsa da colônia onde viviam por motivos não esclarecidos e é obrigada a se isolar próxima a uma floresta densa, vivendo de caça, plantação própria e muita oração ao nosso bom Senhor Jesus Cristo. Quando o caçula, o bebê Samuel, desaparece de forma bizarra, a paz na rotina daquelas pessoas também vai embora; coisas estranhas começam a acontecer, enquanto uma suspeita de bruxaria se fortalece.

Vamos começar com um WARNING FÃS DE ATIVIDADE PARANORMAL: A bruxa não é um filme de terror jumpscare. Se você estava com isso na cabeça, é melhor nem ir ao cinema, pra não atrapalhar a experiência das outras pessoas (essa minha sessão estava cheia de murmurinho e gente frustrada). No entanto, se você gostou de O Babadook e Corrente do mal, por exemplo, então A bruxa foi feito pra você. O filme é puro horror sugestivo e usa ferramentas muito melhores, na minha opinião, pra te deixar assustado o tempo inteiro, do que monstrinhos aparecendo de surpresa no canto da tela. Aqui, temos uma fotografia belíssima que aproveita a luz natural, escura, sombria e sufocante; uma reconstrução de época extremamente bem feita; cenas longas e mais lentas, principalmente na primeira metade, e uma trilha sonora que eu só consigo classificar agora como insana: desafinada, incômoda, lembra um pouco os cantos gregorianos (puxando para a dualidade religiosidade x profanidade) e parece realmente evocar o mal. Tudo isso é o que constrói a atmosfera tensa e provocativa de A bruxa.


03 março 2016

Uma história sobre fé, vida e morte em "Revival"

postado por Manu Negri


Como é bom já ler livro de mozão Stephen King no começo do ano! (mozão no sentido de leitura boa, né, porque eu num garrava ele jamais.)

Revival foi lançado no final de 2014 e traz uma história que perpassa os mais de 50 anos da vida de Jamie Morton e seus encontros quase predestinados com o reverendo Charles Jacobs. Aos 6 anos, quando ainda morava em uma cidadezinha da Nova Inglaterra, Jamie se torna um grande amigo do jovem reverendo, que voltou a entusiasmar os cristãos locais com seus sermões contagiantes. No entanto, depois que uma tragédia o faz ser expulso da comunidade, passam-se muitos anos até que os destinos de ambos se cruzassem novamente: com trinta e poucos anos e viciado em drogas, um Jamie rockstar reencontra o então ex-reverendo, que revela estudar uma tal de eletricidade secreta capaz de curar as mais enfermas das pessoas. Capaz de renascê-las.

A sinopse parece não dizer muito? É, talvez. Revival nos transporta para uma história que se passa ao longo de mais de décadas, nos fazendo acompanhar de perto as transformações da vida de Jamie, o protagonista e narrador; e nem preciso dizer DE NOVO o quanto Stephen King tem um talento especial pra isso, né? Ele é capaz de tornar qualquer merda interessante de ler, e é por isso que Revival nos prende a cada página. Não, não por ser uma merda, pelamordedeus!, mas é que ação mesmo, do tipo que seus zóio arregala de ansiedade, você só vai encontrar lá pelo fim do livro.