12 agosto 2016

Não consigo parar de ouvir Tall Heights

postado por Manu Negri


Mais uma dessas preciosidades que o Descobertas da Semana do Spotify nos proporciona: Tall Heights, uma banda? uma dupla? de folk progressivo formada pelos amigos de infância Tim Harrington e Paul Wright. Isso que é boy (magia) band.

E não faço ideia do que seja folk progressivo, mas é assim como se denominam.

Harrington, vocal e violão, e Paul, vocal e violoncelo, fundaram a Tall Heights em 2010, em Boston. Antes de saírem tocando pelas ruas da cidade, os dois costumavam compartilhar ideias de letras e melodias enquanto um ainda morava no exterior e o outro terminava a faculdade. Hoje, o hábito de compor separadamente e depois sentar para conversar permanece. Ambos valorizam a simplicidade das suas canções bem despojadas (EU TAMBÉM), que, além de seus instrumentos de corda, também são marcadas pela bateria eletrônica. O som, apesar de atual, me fez lembrar um pouco Simon & Garfunkel, especialmente pela combinação dos vocais.

Três sessões de gravação no Color Study, em Vermont, renderam músicas para o EP de 2015 Holding On, Holding Out e para o álbum Netuno. Particularmente, ando ouvindo Two blue eyes sem parar nos últimos dias e deixo a dica pra vocês. ♥


03 agosto 2016

Filmes da semana #8: pra assistir na Netflix

postado por Manu Negri


Oi, gente bonita e cheirosa. Nossos 3 filmes da semana são esses: um suspense ótimo, um documentário imprescindível e, olha, o terceiro particularmente não é uma indicação.


O convite


Andei lendo umas coisas sobre Karyn Kusama, a diretora desse lançamento da Netflix. Parece que as coisas não são fáceis para diretoras mulheres em Hollywood, e pra Kusama foi menos ainda. Digamos que ela agarrou com todas as forças a oportunidade de dirigir Aeon Flux, um filme de ação meio sci-fi meio psicodélico que não assisti, mas que aparentemente foi detonado pela crítica. Nem Charlize Theron como protagonista salvou. Anos mais tarde voltou à ativa com Garota infernal, outro fiasco, uma obra com algumas promessas por ter sido roteirizada por Diablo Cody, quem tinha acabado de ganhar um Oscar por Juno. Pobre Kusama. Comeu o pão que a indústria cinematográfica machista amassou, afastada de qualquer projeto decente, até que ressurge das cinzas com o maior close certo lançando a produção independente O convite. E posso dizer que esses anos de reclusão foram bons pra você, Karyn Kusama. VAI QUE É TUA, MULHER!

Poucos filmes recentes me deixaram TÃO tensa quanto esse. É suspense com S de Sadia maiúsculo. A história é vivida por Will, um cara que certamente é o sósia do Tom Hardy, que é convidado para um jantar na casa da ex-esposa, quem não vê há dois anos e está completamente diferente, junto de seu novo marido. Acompanhado da atual namorada, Will reencontra amigos antigos e abre algumas feridas deixadas pelo fim do relacionamento, ao mesmo tempo que passa a desconfiar de que algo muito, muito estranho está acontecendo na casa.


22 julho 2016

Stranger things é amada pela nostalgia, não pela originalidade, e não há nada de errado nisso

postado por Manu Negri


Stranger things, nova série original da Netflix que estreou no dia 15 de julho, é a sensação do momento. Se você vive em outro planeta, explico: ambientados em 1983 em uma cidadezinha do Indiana, os episódios contam a história das crianças Mike, Dustin e Lucas, que saem em busca do amigo Will, desaparecido após entrar em contato com uma misteriosa (e asquerosa) criatura, enquanto o chefe de polícia monta uma investigação e descobre experiências secretas conduzidas pelo governo numa base militar. Tudo com muita, MUITA referência a filmes dos anos 1980, emocionando toda uma geração que viveu a infância nessa década e na seguinte.

A atmosfera de suspense e a ótima construção de personagens fazem a série funcionar muito bem. Ponto para os irmãos Duffer – produtores, criadores e diretores de Stranger things. Mas é de se confessar, mesmo com a facilidade de concluir a série numa só sentada, que há alguns furos, resoluções bem previsíveis e altos clichês envolvendo principalmente o núcleo adolescente da série. Sabe o que isso significa na hora da gente avaliar o todo? Nada. Que essas coisas se fodam, porque a gente quer ver, sentir e se apaixonar pela nostalgia vendida desde o primeiro trailer. E não tem nada errado nisso.

Tudo é muito evocativo em Stranger things. Desde o cartaz com visual bem oitentista, a tipografia em neon e a trilha sonora que remete totalmente aos trabalhos de John Carpenter, famoso pela direção e música do clássico de terror Halloween. A homenagem que a série faz ao período também abraça com força Steven Spielberg e filmes como Os goonies, Conta comigo e E.T – O extraterrestre.


20 julho 2016

Mr. Mercedes: o primeiro volume da trilogia policial de Stephen King

postado por Manu Negri


O que veio primeiro, o ovo ou a galinha? (-q)
E o homem? Nasce mau ou o meio o corrompe?

Há muito (muito) tempo, Rousseau e Hobbes defendiam perspectivas diferentes pra responder a essa pergunta. O primeiro dizia que o homem nasce bom, mas em contato com a sociedade – que é má –, torna-se mau. Já o segundo pregava o contrário: ele nasce mau, e a sociedade tem o papel de educá-lo, humanizá-lo e torná-lo sociável.

Não sei se o mundo chegou a uma conclusão quanto a isso, mas Stephen King pareceu estar inclinado para a segunda opção enquanto construiu o vilão de seu novo livro, lançado neste ano no Brasil. Com o detalhe que a sociedade não conseguiu transformá-lo, claro.

King mais uma vez nos mergulha em uma trama cheia de personagens complexos e críveis, mesmo que alguns deles morram logo nas primeiras páginas. Assim começa a história de Mr. Mercedes: em uma madrugada fria de uma cidade do Centro-Oeste, centenas de pessoas são atropeladas por um Mercedes enquanto aguardam em fila por uma vaga numa feira de empregos. O criminoso, conhecido como Assassino do Mercedes, escapa ileso do local e da investigação do então detetive Bill Hodges, que, mais de um ano depois e já aposentado, sente-se atormentado por não ter conseguido concluir o caso. Ele só não esperava que fosse voltar a seguir pistas depois de uma carta enviada pelo próprio vilão, sugerindo uma possível nova matança.


14 julho 2016

3 séries policiais que você precisa assistir

postado por Manu Negri


Não sei em que momento me transformei nessa pessoa que fala de séries no blog e que fica semanas sem assistir a um filme. Mas essa é a verdade, amigos e vizinhos. Nos últimos tempos, fui capaz de passar fins de semana de pijama, óculos e cabelo sujo, vivendo à base de sorvete e Ruffles com molho barbecue. Tudo, ao menos, trazendo boas consequências: paixonite por novos personagens e um post-recomendação feito com carinho. <3


THE KILLING


"Quem matou Rosie Larsen?" é a pergunta que sustenta boa parte das temporadas de The Killing. Trata-se de uma obra baseada na série dinamarquesa Forbrydelsen (não assisti, mas amigos que viram as duas acham The killing superior, mesmo sendo uma espécie de remake americano) que acompanha o dia a dia da investigadora-chefe Sarah Linden e seu parceiro Stephen Holder, que, apesar de suas gritantes diferenças, unem esforços para desvendar crimes horrendos. A química entre os dois é maravilhousarrr, e acho que um complementa o outro de forma perfeita. É incrível como The Killing consegue desenvolver tão bem os personagens principais e seus dramas pessoais. Linden, por exemplo, é fria, sem um pingo de senso de humor, rígida consigo e com os outros e um tanto negligente com o filho, mas o público torce pra que as coisas deem certo pra ela de toda forma (se você não torceu, sai daquiiiii). Ao mesmo tempo, arma o terreno pro crime em questão, insere os  personagens secundários de forma brilhante, nos envolve com eles, e encaminha episódio após episódio pra desfechos que fogem totalmente do óbvio.