Olá, serzinhos lindos. Notaram minha ausência no blog? Não notaram? Têm certeza? Ah.
Acontece que passei os últimos dias de férias e, atendendo a muitos pedidos (mentira, foi só um), resolvi transformar alguns desses dias em um post com dicas pra quem pretende viajar pra essa cidadezinha linda chamada Gramado, localizada no Rio Grande do Sul, na Serra Gaúcha.
Gramado, além de ter muitas atrações turísticas, é super limpa, organizada, segura e absolutamente todo mundo lá é educado e gentil – do funcionário do parquímetro ao recepcionista da pousada. É, as pessoas sabem receber muito bem quem vem de fora. Em Canela, a apenas 6 km de distância, o mesmo acontece, mas não achei tão charmosa quanto Gramado.
Ir em baixa temporada é uma boa, porque a hospedagem com certeza será mais barata e ainda dá pra pegar um frio gostoso e, com sorte, até neve. Sorte essa que não tive, mas tudo bem, porque a gripe me alcançou assim que meu corpo sentiu uma temperatura mais baixa (na primeira noite fez menos de 10 graus, mas nos dias seguintes estavam agradáveis 15 °C).
Como ir até Gramado
Não existe aeroporto por lá. Portanto, é preciso aterrissar ou em Caxias do Sul, se não me engano, ou em Porto Alegre, que foi o que eu fiz. Aí, é só comprar sua passagem de R$ 34 na empresa de ônibus Citral; são duas horas e pouco de viagem até Gramado, você escolhe o seu horário e pode embarcar tanto no próprio aeroporto quanto na rodoviária de POA. Pelo que vi, é fácil lotar o ônibus, por isso recomendo comprar com antecedência (seja pelo site ou direto na lojinha do aeroporto ou rodoviária).
A pousada
Foram horas e horas de pesquisa no TripAdvisor até confirmar reserva na pousada Recanto da Lua. E eu não poderia ter ficado mais feliz. O preço da diária, muito mais em conta do que em outros hotéis da região, não fez com que o atendimento ou acomodações deixassem a desejar; pelo contrário: tudo estava impecável 🙂 A pousada é superlinda e aconchegante e fica a aproximadamente 15 minutos de caminhada até o centro da cidade. Não cobram 10% de serviço, o estacionamento e o wifi (que funciona!) são gratuitos e ainda há a possibilidade de alugar bicicletas pra passear.
O quarto é um mimo só, com toalhas e tapetes sempre limpos diariamente (ao menos foi durante a minha estadia, talvez por causa do tempo úmido – eles pedem para avisar quando se deve substituí-los). Há calefação no cômodo e também no banheiro, que possui uma ducha a gás delícia. Dica: coloque o despertador pra funcionar. O lugar mega silencioso e a cortina blackout te dão a sensação de que é madrugada o tempo todo. Por isso, nada de perder a hora do café da manhã, que acontece de 7h30 às 10h. Não é luxuoso, mas é bem completo: pães frescos e caseiros, geleias, sucos naturais, salgadinhos, waffles, cereais, frutas e bolinhos sempre dão as caras.
Locomoção
Para o centro não tem erro, é só por as perninhas pra funcionar e conhecer as lojinhas, chocolaterias, restaurantes e paisagens de aquecer o coração. Táxis são caros, geralmente. Para conhecer pontos turísticos mais distantes, o ideal é usar o Bus Tour: parece o ônibus vermelho londrino e funciona quase como o ônibus turístico de Buenos Aires.
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Esse ponto (à dir.) era a menos de 5 minutos da pousada |
Há passagens para 24h, dois ou três dias que não precisam ser consecutivos. O preço é um pouquinho salgado, vá lá: R$ 49 para um dia só, por exemplo. Você pode comprar no momento que embarca, o que é prático, e o ônibus passa por váaarios pontos turísticos de Gramado e Canela: basta descer onde você quer e, depois, esperar o próximo passar para visitar outros lugares. A diferença do ônibus de Buenos Aires é que ele passa mais ou menos de hora em hora, o que pode ser chato se você quiser parar em uma atração que não leva muito tempo pra conferir. Nesse caso, é bom se planejar e tentar se deslocar a pé de um ponto pra outro, economizando tempo (eles te dão um mapinha pra gente ter uma noção das distâncias). Ah, e detalhe importante: ele não funciona às quartas-feiras em baixa temporada.
Se não quiser o ônibus, é legal dar uma olhada nos lugares que oferecem transporte gratuito: te buscam e te levam de volta pra pousada/hotel, lindo assim. Isso vale para os restaurantes; praticamente só jantei naqueles que tinham esse serviço, pra não precisar andar ou gastar com táxi.
E alugar carro, vale a pena?
Vale. Principalmente se for pra dividir a diária com uma ou mais pessoas. Se considerarmos que a passagem do Bus Tour é R$ 49 por pessoa e dá pra alugar um carro da categoria econômica por uns R$ 85, com a vantagem de se deslocar quando e como quiser, fica interessante. GPS do Google funciona lindamente, então não precisa se preocupar.
Aluguei por 24h porque o tempo ficou feio e, com isso, muitas atrações abertas não são legais de visitar (além da chatice de esperar ônibus em plena neblina). Antes de fechar com o Macedo Turismo, por indicação da própria pousada, tentei em locadoras conhecidas, mas são ou mais caras ou não tinham mais carros disponíveis. A única coisa pra tomar cuidado, claro, é bater/ser batido, amassar e etc., porque aí é de praxe pagar a franquia do seguro (nesse caso, era de R$ 2 mil). Mesmo com cerração, foi fácil andar por Gramado e estacionar nas ruas (lembre-se de retirar o ticket do parquímetro!). Mas, em alta temporada, talvez a dificuldade aumente com o fluxo de trânsito.
Passeios
Primeiramente, devo dizer que minha estadia durou 5 dias, dos quais 2 foram de completa cerração e, muitas vezes, com chuva. Foi aí que descobri que Gramado gosta de umidade e esse fenômeno é bem típico. Se você tiver sorte com um céu azul e limpo, aproveite para visitar primeiro as atrações abertas, portanto. Como não fui em tudo que gostaria, vou apenas numerar alguns lugares bacanas, mas no próprio site do Bus Tour que citei acima é possível ver tudo por onde ele passa.
Centro de Gramado
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Onde é realizado o Festival de Cinema de Gramado |
Como eu disse, é uma delícia bater perna por lá e conhecer igrejas, praças, lojinhas mil, restaurantes e chocolaterias, sob chuva ou sol. Aproveite pra entrar nas galerias, que elas podem esconder muitas surpresas que não são vistas da rua.
A famosa Rua Coberta é, como o nome diz, coberta (dã) e cheia de bistrôs e lojas. Nessa semana em que fui, o corredor estava enfeitado com lindas orquídeas à venda.
Na Fonte do Amor Eterno, casais podem prender cadeados com seus nomes. Muita ferrugem e romantismo ♥ (os cadeados são vendidos numa galeria ao lado).
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Até com cerração a cidade fica linda |
Café Colonial Bela Vista
Segundo a Wikipédia, o café colonial é uma refeição típica das cidades brasileiras de origem alemã, bem como da maioria das cidades catarinenses e de algumas cidades do Paraná e do Rio Grande do Sul (cof cof). E não, não é pra ser tomado necessariamente como café da manhã, porque a principal característica do café colonial é uma PUTA DE UMA MESA FARTA ONDE VOCÊ COME ATÉ SAIR ROLANDO.
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Meu bem, isso foi só o começo |
Vá faminto e espere por um atendimento espetacular. O valor é R$ 62 por pessoa (deve haver outros cafés coloniais mais baratos, claro), mas é muita, muita comida. Muita. Suco integral de uva da região, pães, frios, geleias, tortas, salgados, doces de vários tipos, carnes, um buffet de sobremesas à parte e chocolate quente de tomar revirando os olhinhos – tudo incluído “no pacote”. O engraçado eram os garçons passando na mesa pra perguntar se não estava faltando nada. FALTA SIM, O SAMU ME BUSCAR (saí por volta de 17h30 e não comi mais até o dia seguinte).
Lago Negro
O Lago Negro é um lago artificial do bairro Planalto, muito lindo. A paisagem é incrível. Além de lojinhas de souvenirs e uma cafeteria, você pode curtir um passeio de pedalinho por R$ 10 durante 20 minutos.
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Ainda passo mal de amor por esse navio pirata |
Mini Mundo
Inaugurado em 1983, o Mini Mundo traz cidades em miniatura e obras como estações ferroviárias, castelos europeus, igrejas, pontes e até o aeroporto de Bariloche, com barulho de avião decolando e tudo. Tudo tão perfeitinho e fofo que dá vontade de fazer a Godzilla e esmagar geral. Para entrar, é preciso pagar R$ 24 (sim, caro!).
Catedral de Canela
De longe já dá pra perceber toda a imponência dessa catedral. Não tenho muito o que dizer, a não ser que é maravilhosa, de cair o queixo, e enorme. Por dentro é igualmente majestosa.
Parque Terra Mágica Florybal
A Florybal é uma das marcas de chocolate da região que possui várias lojas temáticas, com bonecos, teto com cacau e chocolate e etc., além de um parque GIGANTESCO e incrível. Separe umas duas horas pelo menos pra percorrê-lo, tirar fotos, brincar e obviamente comer muito doce.
Infelizmente, no meio da visita a bateria da minha câmera acabou, mas eu poderia passar este post inteiro só com fotos de lá, de tão lindo. As esculturas e estrutura no geral são impressionantes e dão a sensação de que realmente estamos embarcando numa terra mágica de seres encantados. São R$ 30 bem gastos.
Lá ainda há tobogã fechado, cinema 7D, simulador de montanha russa, tirolesa com pterodáctilo, uma lanchonete temática de dinossauros linda e tour no Dino Car (inventei o nome agora).
Foto: Mochileiros.com |
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Não é a mamãe |
Dream Land Museu de Cera
Acho que pra esse lugar tenho críticas e elogios no mesmo tanto. Primeiro, o valor da entrada: R$ 60. Acho que meu susto quando a atendente disse isso foi tão grande que, diante da minha quase desistência, ela deixou entrar pela metade do preço (ou seja, chorem). Há bonecos muito bem feitos, como os da foto, enquanto vários outros se parecem com as personalidades depois de atropeladas por uma Scania. Há cenários superlegais, como o navio de Piratas do Caribe, um quarto de cabeça pra baixo com o Homem-Aranha e a sala da Casa Branca com alguns presidentes dos EUA, MÃS neles não é permitido tirar fotos. Os funcionários tiram pra você e, se você quiser levar, tem que pagar mais de 10 conto por cada. É mole?
Fica por sua conta e risco, rs.
Nova Petrópolis, Bento Gonçalves e Carlos Barbosa
Por ser fora de Gramado e Canela, fazer esse passeio exigiu a contratação de uma agência de turismo. Na época em que pesquisei, a Vitóriatur parecia ser a mais barata. A “negociação” foi toda via whatsapp, outra facilidade desse mundo moderno de modêus. Buscam na porta da pousada bem cedo e devolvem a galera de noitão, após um longo dia de passeio.
A primeira parada foi em um pequeno shopping com lojas de malhas. Dá pra comprar peças lá muito mais baratas do que no centro de Gramado, por exemplo, como luvas, gorros e cachecóis (eu não resisti e levei um poncho lindo e fofinho). Depois, visitamos o Labirinto Verde, na Praça das Flores, em Nova Petrópolis. Como dá pra ver pela foto, ele é bem pequeno mesmo, mas não se engane: você vai se perder.
Em Garibaldi, a “cidade do champagne”, conhecemos a Vinícola Garibaldi com direito a degustação de vinhos e espumantes, abertos com a técnica chamada “sabragem”, em que a garrafa é degolada com um sabre (sem risco de caco de vidro na bebida, crianças).
Se eu comprei alguma? Uma de cada.
Em Carlos Barbosa, fomos à maior loja da Tramontina no Brasil. Todos os produtos (cerca de 18 mil) tinham 20% de desconto, o que não adiantava muito, porque tudo era bastante caro. Porém, olhando com carinho, era possível levar umas peças pra casa que valiam a pena (uma frigideira antiaderente nova, por exemplo).
Atravessando a rua, numa lojinha artesanal bem animada (na entrada havia um casal tocando acordeão e cantando) chamada Fetina de Formaio, enfrentamos uma pequena multidão para degustar salames e queijos coloniais incrivelmente saborosos. Movida pelo impulso da felicidade momentânea, acrescentei à conta que me levaria à falência um queijo adormecido em vinho, salame de javali e geleia de morango com pimenta. Ainda estou com pena de abri-los.
Em seguida, fizemos um tour na Miolo Wine Group, no Vale dos Vinhedos – Bento Gonçalves. A visão dos parreirais é de arrepiar. Na visitação à vinícola, percorremos as salas onde armazenam os vinhos em tonéis e barris, ouvindo as explicações de um dos enólogos sobre o processo de fabricação das bebidas.
Onde comer
Foto do site |
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