08 julho 2018

4 documentários de crimes que vão te deixar puto da vida

postado por Manu Negri


Antes de começarmos, um aviso do bem: todos esses documentário estão na Netflix. AEAEAEAE!


A plataforma pode até estar deixando a desejar com seus filmes originais, mas no quesito Documentários a gente pode nadar de braçada que o catálogo tá cheio de coisa boa. Eu amo o gênero, especialmente obras que tratam de crimes, processos legais, ~mistérios e por aí vai. E, entre essas histórias incríveis de crimes, depois de contabilizar um punhado na minha listinha de assistidos, achei bem curioso que várias delas de fato são de deixar o espectador puto da vida ao mostrar erros grotescos, conspirações do sistema penal e julgamentos midiáticos que acabam prejudicando a vida de inocentes ou inocentando criminosos. Já falei de alguns deles no blog, como os casos retratados em Making a murderer e Os três de West Memphis (também pretendo escrever sobre O.J Simpson em breve), e agora trago novos quatro documentários na mesma vibe:


Gênio diabólico



O caso "Brian Wells" ou "The pizza bomber" aconteceu em 2003 e é quase um Jogos Mortais da vida real. Lá na Pensilvânia, nos EUA, o entregador de pizza Brian, sem antecedentes criminais, roubou um banco usando uma bengala disfarçada de arma e uma bomba presa ao próprio pescoço. Ele tinha instruções para a entrega do dinheiro aos "mandantes do crime" antes que a bomba detonasse, mas antes de cumprir a última tarefa do extenso bilhete, a polícia já tinha cercado a rua, levando a consequências tristes devido a, meu ver, um despreparo sobre como lidar com aquela situação específica.

Num lenga-lenga de burocracia em que a polícia federal atrapalha a estadual, que atrapalha a municipal e que volta a atrapalhar a federal pra ver quem lida com quais aspectos do caso, a investigação envolveu até o FBI e deixou passar evidências logo no início da confusão (usando um eufemismo). Depois, num caso paralelamente apurado, coincidências levam os responsáveis a dois suspeitos misteriosos e cheios de segredos.

Gênio Diabólico é dividido em 4 episódios de 45 minutos.


Sombras da verdade



Também com 4 episódios, essa minissérie documental não me deixou dormir direito. Fiquei puta da vida, sim, mas também extremamente assustada e triste. Esteja preparado para injustiças e reviravoltas macabras.

Em 2006, a garota israelense Tair Rada foi encontrada morta brutalmente no banheiro da escola onde estudava. Não demora muito para que a polícia local sofra uma pressão absurda pra encontrar o assassino, e sabemos que isso pode não acabar nada bem. É assim que um funcionário ucraniano temporário da escola é acusado com provas circunstanciais, culminando numa confissão cheia de furos e incertezas, me lembrando demais o que aconteceu em Making a Murderer.

Além de material da investigação da época, Sombras da verdade conta com depoimentos atuais dos envolvidos, incluindo a família de Tair, a polícia e amigos da menina, além do desenrolar depois do que a polícia israelense achou ser a conclusão do crime. O storytelling do filme deixa o espectador em estado de imersão, potencializado pelos detalhes absurdos da história que vão se revelando. Não dá pra dizer muito além disso, pra não estragar surpresas.


MEDO DO 13



Putaça porém terminei esse documentário chorando???

Não se trata da curiosa fobia do número 13. O título fica por conta de um detalhe da história fantástica de Nick Yarris, o cara da foto que carrega esse filme nas costas no melhor sentido que existe, e que engrandece ainda mais tudo o que ele conta ao longo de 1 hora e 36 minutos. Basicamente através de depoimentos dele, capazes de construir uma narrativa riquíssima sem depender de outros registros e materiais, a gente vai descobrindo pouco a pouco as razões que o levaram a querer ser executado antes da hora. Yarris, aos 20 anos, foi condenado à morte nos EUA, e passou 23 anos em confinamento solitário.

O roteiro, a montagem, a não linearidade e até a sonoplastia de Medo do 13 vão te fazer ficar pistola em alguns momentos, mas, também, vão emocionar e te deixar apaixonado pela vida. Ou algo bem perto disso.


The Staircase (Morte na escadaria)



Por volta de 2h40 da manhã de 9 de dezembro de 2001, o romancista Michael Peterson liga para a emergência desesperado pedindo ajuda para a esposa, que, segundo ele, havia caído das escadas e ainda respirava. Quando a polícia e a equipe médica chegam ao local, cinco minutos depois, era tarde demais e a vítima estava morta. A quantidade de sangue ao redor do corpo era assustadora. Para os investigadores, os fatos falavam por si: não se tratava de um acidente. Uma semana depois, Michael é preso. Assim começa uma viagem singular por 12 episódios, em busca da causa da morte de Kathleen Peterson.

Inicialmente, a série documental tinha 8 episódios, mas ganhou mais três novos por causa de algumas reviravoltas nessa história intrigante que, olha, veado, me deixaram fora de mim. Cada um vai julgar Michael de uma maneira enquanto absorve os relatos de testemunhas, as provas, as teorias e a condução do julgamento em si, mas, independente de veredictos, é descarada a maneira podre como o Estado faz de tudo pela incriminação, ao invés de verdadeiramente desvendar o que aconteceu. O que vale, aqui e em muitas outras situações (muitas retratadas em outros documentários), é "ganhar o caso", mesmo que seja preciso passar por cima da ética. 

Eu puxei meus cabelos. Xinguei o juiz (rs). Chutei as cobertas, babei raivosamente no travesseiro, soquei as paredes, perdi a esperança na humanidade e quero repassar isso para a frente, para não sofrer sozinha. 


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