04 fevereiro 2019

LIFE IS STRANGE 2, episódio 2: Rules

postado por Manu Negri


Olá, amoreco, hora de matar a saudade da nossa franquia favorita de games com o lançamento do tão aguardado episódio 2 de Life is Strange 2 no dia 24 de janeiro, depois de 4 meses desde a estreia do primeiro episódio!

Se você ainda não jogou, cuidado: spoiler alert neste texto! E se você nunca jogou nada de Life is Strange e tá aqui só porque tem apreço por mim, saiba que está perdendo uma grande oportunidade de se apaixonar. E que os espíritos evoluídos levarão isso em consideração na sua próxima vida.

Tá certo? Tá certo. Então bora falar do que anda acontecendo na jornada dos irmãos Diaz:


O TEMPO PASSA, O TEMPO VOA, E OS PODERES DO DANIEL CONTINUAM NUMA BOA (SERÁSE?)

Podemos considerar que sim, nos baseando apenas nos primeiros minutos de Rules. Sean e Daniel estão na neve, sem tomar um banho, sabe-se lá há quanto tempo sem lavar as partes com sabonete antibacteriano e sem encontrar uma tesoura.

Dois meses se passaram desde o incidente no motel e a descoberta do meu filho Danny sobre a morte do pai. O episódio, inclusive, apresentou seu estilo próprio de fazer uma recapitulação dos acontecimentos anteriores, com Sean narrando-os, de forma lúdica, como se fosse um conto a respeito de uma família de lobos (ah, os animais espirituais...). Agora, a dupla Diaz está concentrada em sobreviver da melhor maneira, sem arranjar confusão, enquanto treina os poderes do caçula – algo que Carrie deveria ter feito em 1977.

Aqui, vemos se fortalecer o papel de tutor de Sean sobre Daniel (ou seja, o NOSSO papel, enquanto jogadores). Mesmo com a importante supervisão de um adulto, como Eliana já nos ensinou em seus programas matinais nos anos 1990, Daniel é uma criança com um dom que se revela perigoso a ponto de nem o Sean conseguir intervir. É por isso que três regras essenciais foram estabelecidas em sua dinâmica – remetendo ao nome do episódio –, que são 1) Não demonstrar os poderes, 2) Nunca falar sobre eles e 3) Sempre fugir do perigo. 

Mas, se você é uma pessoa espertinha, já sabe que existe uma máxima na vida chamada "Toda regra tem sua exceção". Bom, digamos que neste caso ela também se aplica, e as concessões dependerão do seu posicionamento como tutor do Daniel. O que falamos no episódio anterior, sobre suas decisões influenciarem principalmente as atitudes do Daniel, começa a ficar mais forte aqui.

Aprendiz de Darth Vader
Isso é evidenciado ao fim do primeiro ato do episódio, com um final triste e chocante para a Cogumela, que sabíamos que iria morrer em algum momento (visto que a DONTNOD é sádica), mas não TÃO rápido. Como bem disse minha cara Áurea, em Life is Strange nem os cachorros podem ir ao banheiro em paz sem correrem riscos.

Um encontro que ninguém esperava acontece: Cogumela sai para dar seu mijãozinho matinal e uma puma descobre seu café da manhã. Daniel acha o corpo da amiga de curta data junto ao felino e, num acesso de pura adrenalina e revolta, como aconteceu no episódio 1, ele desperta a força do seu poder que não havia sido manifestada durante os treinamentos. É nesse momento que você, como Sean, tem a importante decisão de intervir ou não no destino da puma sob as mãos do irmão. A partir daí, segura as calças, que é consequência atrás de consequência.

NERA ISSO QUE VOCÊ QUERIA, @?

Depois disso, o crossover mais aguardado desde o encontro de Chaves e Chapolin está prestes a acontecer quando Sean e Daniel chegam à Beavers Creek, a cidade onde se passa a micro-história de The awesome adventures of Captain Spirit e que traz de volta nosso amado Chris, também conhecido como Meu Segundo Filho®. Nessa, descobrimos que 1) O casal Reynolds, vizinho do Chris, são o avô e avó de Sean e Daniel, e 2) Que uma criança fofa é pouca e duas é bom demais: Daniel e Chris brincando juntos é a coisa mais querida desse universo.

Mas, momentos de calmaria e diversão à parte, as interações com o pequeno herói imaginativo serão determinantes para seu curto arco neste episódio. Dependendo se contamos a ele ou não a verdade sobre os poderes do Daniel, se ele ganha confiança em você ou não e sobre as tais concessões de que falei, o destino pode pular de Sessão da Tarde Feliz a Desgraça Pouca é Bobagem. O impacto (meu final ficou no meio termo) foi semelhante ao que senti com a Kate, no episódio 2 do primeiro Life is Strange.


Falando nisso, outra coisa que me deixou apavorada foi o que acontece com a Lyla, BFF do Sean, em consequência à forma como você age desde o primeiro episódio. E nem tem a ver com o Daniel.

Eu decidi não ligar pra ela do motel pra não comprometê-la perante a polícia, TENTANDO FAZER A COISA CERTA, mas Life is Strange sempre dá um jeito de te fazer tomar no cu e neste novo episódio resolvi arriscar e dar uma ligadinha pra casa dela. Quem atende é a mãe, dizendo que a garota tá numa clínica, rehab ou sei lá o quê, bem mal, sem parar de pensar nos Diaz. De cair os butiá do bolso, né non? Fico imaginando se eu também não tivesse telefonado desta vez.

Será que a Lyla pode acabar como a Kate, no primeiro game?


SEU DANIEL É UM ANJINHO OU UM CAPETA EM FORMA DE GURI?

Como estamos falando desde o primeiro episódio, Life is Strange 2 não tem viagem no tempo vs. capacidade de alterar escolhas, mas todas as escolhas que você faz em nome do Sean terão impacto na criação do Daniel, seus comportamentos e pensamentos.

E isso vai além de como ele usa seus poderes. As pequenas coisas que você fez ou deixou de fazer antes, como roubar ou não chocolate de um carro abandonado, reprimir o irmão quando ele usa palavrões, protegê-lo de um pesadelo, assustá-lo ou não, debater sobre questões do dia a dia etc. estão influenciando a pessoa em que ele está se tornando.

Podemos ver nos exemplos abaixo, de prints que minha camarada Bianca publicou no grupo do game no Facebook:

"Eu posso quebrar a fechadura com o meu poder!" / "Eu poderia explodir essa porta idiota com o meu poder!"

"Uh... eu só queria ver as coisas da minha mãe!" / "Eu tenho o DIREITO de ver o quarto da minha mãe!"

"Deveríamos fazer algo a respeito?" / "A gente devia acabar com ele, Sean!"
Neste link há muitos outros momentos dessa dicotomia. Eu, crente que estava criando um GENTLEMAN, quase caí pra trás ao reconhecer a cena que joguei, em que ele brada pra avó que tem DIREEEEITOOO de ver o quarto da mãe sumida.

(mas porra, dou toda a razão??)

Isso certamente vai ter tudo a ver com o desfecho da história, que eu ainda não sei qual é e não vou gastar muito fosfato pensando a respeito pra ser surpreendida. Porém, uma teoriazinha ou outra não faz mal a ninguém e é ótimo pra manter o fandom com fogo na raba confabulando até saírem os próximos episódios.


QUEM É A MÃE DOS IRMÃOS DIAZ?


Tudo o que sabemos até o momento é que essa misteriosa Karen é americana, se casou com o Esteban e abandonou a família desde que o Daniel era bem pequeno (sendo que o ex-marido não parecia ter grandes ressentimentos), é alvo de ranço do Sean, mantém contato com os pais, tem seu quarto intacto na residência dos Reynolds, se comunicava com uma amiga por cartas, ama música e quer ver os filhos protegidos, mesmo que prefira não falar com eles.

Já vi uma galera teorizando que o motivo da Karen ter saído de casa era que ela, na verdade, é lésbica ou bi e foi viver sua vida com essa tal amiga das cartas, porque a mãe é extremamente religiosa e conservadora e seria contra o relacionamento. Eu particularmente comprei 0,5% dessa ideia porque, apesar de a mãe realmente ser religiosa, nada na carta da amiga parece levantar suspeitas de um romance. E isso não parece um motivo forte pra abandonar todo mundo e sustentar uma revelação forte da história, que parece ser o que vai acontecer no fim do jogo (ou perto do fim).   

se isso se mostrar verdade depois, vou apagar isso aqui

Minha teoria (e a de uma outra galera também) é que a Karen na verdade também tem poderes como o Daniel e fugiu de casa exatamente por ter causado algum acidente ou outra coisa grave. Como os meninos fizeram. E aí, sem controle dessa força invisível e com medo de colocar a vida deles em risco, resolveu viver no anonimato, velando por eles a distância.

(Eu cheguei a pensar que a Karen poderia ter causado o acidente com a mãe do Chris e fiquei realmente bem empolgada, mas a Áurea acabou com minha vida ao revelar que as datas simplesmente não batem, rsss.)

E você, o que acha? Se tiver sua própria teoria, estou curiosinha pra saber, viu?


NÃO VOU COMPARAR COM O PRIMEIRO, NÃO VOU COMPARAR COM O PRIMEIRO...

Comparei.

Eu seeeeei que é injusto colocar Life is Strange do lado de Life is Strange 2, mas de vez em quando a carne é fraca e Deus há de nos perdoar. E digamos que é em relação a uma coisinha "inofensiva": o apego ao protagonista.

No primeiro game, me bastaram cinco minutos pra eu me apaixonar pela Max e me sentir na pele dela. Aqui, Sean ainda é o personagem por quem menos me apeguei. Max, além de escrever no diário e nos fazer entender mais como ela se sentia, completando a experiência da gameplay, pensava muito, o tempo todo. Não é que o Sean não pense, mas as interações dele com os objetos, pessoas e suas próprias contemplações me soam muito mais rasas

A Max parecia alguém com uma personalidade mais definida, enquanto o Sean parece uma pessoa que a gente vai moldando ao longo da história. É meio esquisito, mas alguém aí sente isso também? Creio que essa impressão se deve pouco à dublagem, mas acho que é digno de nota o trabalho sensacional que o dublador do Daniel, Roman Dean George, faz; em contrapartida, o Gonzalo Martin, quem interpreta o Sean, parece mais artificial na transmissão das emoções.

Se posso pagar língua? É lógico que sim; lembremos que eu odiava a Chloe até metade do episódio 2 de Life is Strange e hoje acendo uma vela pra ela toda semana. Esse blog serve pra isso mesmo: um registro das minhas vergonhas e equívocos por um período da minha vida.


Mas, se tem uma coisa entre os dois jogos que posso sempre comparar e sempre ficar satisfeita, é a trilha sonora. Este novo episódio, como de praxe, nos apresentou novas e lindas músicas pelas quais já me viciei. Se quiser ouvir (quase) todas em loop até o próximo lançamento, tem neste link do Spotify.

Não falar dos poderes, não demonstrar os poderes e fugir do perigo. Pelo visto, os Diaz não estão conseguindo cumprir nenhuma de suas próprias regras. Ansiosa pelo que vai acontecer entre eles e a Cassidy? Vamos trocar figurinhas sobre isso tudo nos comentários aí embaixo?






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