22 junho 2017

Existem poucos vocais como o da London Grammar

postado por Manu Negri


 [screaming in indie language]

Essa história de amor começou quando eu ainda não fazia parte da história de amor. Em 2009, uma deusa chamada Hannah Reid conheceu Dan Rothman nos dormitórios da Nottingham University, na Inglaterra, onde começaram a escrever músicas juntos. À felicidade desse encontro, foi adicionada a presença do multi-instrumentista Dot Major, que veio moldar a banda London Grammar como a conhecemos hoje.

Foi só em 2012 que a popularidade do trio ganhou contornos sérios, com o lançamento do maravilhoso single Hey now, que rapidamente embolsou uma legiãozinha de seguidores cult. Nesse meu primeiro contato com eles, Hey now foi uma dessas músicas que escutamos repetidamente por semanas, sem enjoar. Fiquei completamente encantada com a voz da Hannah, que acredito ser algo muito peculiar num mar de artistas e bandas com vocais femininos jovens (apesar de lembrar a voz da Florence Welch, da Florence + the machine); é um timbre grave e suave ao mesmo tempo, mas com uma força que parece sair sem esforço algum da boca dela (dê uma olhada nas apresentações ao vivo). Não sei se a Hannah é contralto ou mezzo-soprano, mas sei que a bicha alcança lindamente tanto tons baixos quanto altos, que soam igualmente agradáveis. Pra mim, a segurança vocal dela é onde reside a grande potência de London Grammar, apesar de os garotos mandarem muito bem no trabalho de harmonia, com instrumentos de corda, piano, teclado e umas batidas eletrônicas. É impossível eu não aumentar o som do meu Spotify. 


19 junho 2017

O que esperar de Life is Strange - Before the Storm

postado por Manu Negri


O segundo semestre de 2017 promete lindas emoções na minha vida. O reboot de IT – A Coisa será lançado. Finalmente vou a um show do Sigur Rós (e no Brasil). Ingressos pra Comic Con Experience comprados para o evento de dezembro. E vem aí o prelúdio de Life is strange.

Quando escrevi sobre o jogo no ano passado, não tinha muita noção de que hoje sentiria uma leve vergonha do título que escolhi pro texto: "Tô na bad por um jogo de videogame", sugerindo que é estranho em algum nível se emocionar com um, meu Deus, JOGUINHO. Pois arrisco dizer que, se Life is strange fosse um filme, e não um jogo, eu não teria me envolvido da mesma forma. E é por causa desse envolvimento, que está durando mais ou menos sete meses, que publico este post repleto de ansiedade e fogo no.

Lançado em 2015 pelo estúdio francês DONTNOD e distribuído pela Square Enix, ele foi um sucesso inesperado de crítica e público numa época em que a empresa desenvolvedora andava mal das pernas. Depois de alguns NAVGTR Awards, um BAFTA, a criação de um fandom gigantesco, memes maravilhosos, ship wars e muita fanfic e fanart pra matar as saudades e não deixar Chloe & Max morrerem em nossas memórias, eis que, na E3 deste ano, foi anunciado o lançamento de Life is strange - Before the Storm para o próximo 31 de agosto. A internet explodiu, e com razão, já que dias antes os rumores de um novo jogo rondavam os fóruns quando um usuário vazou art concepts.

Uma semana depois desse anúncio, muitas informações se desencontraram, teorias vieram à tona e, ainda há (acredito que até o fim do lançamento) desconfiança por parte dos fãs quanto à qualidade narrativa de Before the storm. O jogo focará na personagem da Chloe com 16 anos e em como ela iniciou sua amizade com a Rachel – o grande mistério do jogo original, algo que sempre foi muito especulado por nós. Portanto, surge a inevitável pergunta: será que mostrar justamente isso pode, de alguma forma, estragar parte da essência de Life is strange? Mesmo jogando o game duas vezes, Rachel permanece uma incógnita pra mim, e talvez eu queira que continue assim, rs. Talvez eu tenha medo de gostar dela. #pricefieldforever Particularmente, estou convivendo com sentimentos conflitantes. Ao mesmo tempo que estou com uma forte sensação de algo "não oficial" (como apenas uma visão sem marca registrada de como se deu o relacionamento entre as personagens), o hype bateu forte mesmo assim e não vejo a hora de me emocionar com o jogo.

Por isso, enquanto agosto não chega, a gente põe na balança alguns pontos relevantes sobre esse novo contexto:    


13 junho 2017

Eu fui a Ellen Page em Beyond: two souls e botei pra quebrar

postado por Manu Negri


Quando joguei Life is strange no computador, há quase sete meses, não imaginava que hoje estaria com um videogame novo em casa.

Eu gosto de me incriminar (mas ainda não sei o que é MMORPG)
Eu iniciei aquele texto dizendo que não me considerava gamer de verdade, já que não costumo acompanhar os lançamentos e minhas referências de vida eram Super Mario e derivados. A ponta visível da web que escondia a deep web gamística de mim. "Não posso, não há tempo". "Tempo a gente sempre arranja, mesmo que seja de madrugada", teria dito na época Jot, grande responsável por essa minha mudança de ideia e que me introduziu no mundo desses novos jogos. Segundo ele, existem gamers que jogam pela diversão (alô, Mario e Donkey Kong) e os que procuram conteúdos mais intensos (não que isso exclua a diversão, claro). Aparentemente, estou me afeiçoando muito a esse segundo tipo. Life is strange foi só a porta de entrada para drogas mais pesadas (apesar de eu ainda duvidar que outro jogo me faça sofrer tanto de abstinência quanto esse, como vocês verão mais por aqui).

E é nesse novo hobby, por onde ainda navego tímida fazendo descobertas tolas perante gamers experientes, que conheci Beyond: two souls, um jogo da Quantic Dream distribuído pela Sony exclusivamente para Playstation 3 em 2013. Também desenvolvido em sistema de escolhas (em que as escolhas do personagem suas, no caso influenciam o desenrolar de sua história), ele transita por 15 anos da vida da protagonista Jodie (Ellen Page), que nasceu com uma entidade presa ao seu corpo, que ela chama de Aiden. Muitas vezes agindo fora do controle do corpo dela (bem Poltergeist), Aiden é responsável por Jodie ser estudada em um laboratório da CIA, comandado pelo dr. Nathan (Willem Dafoe), e posteriormente usada em missões militares.


01 junho 2017

A DC acertou a mão em Mulher-Maravilha

postado por Manu Negri


Depois de me encantar com a trilogia do Batman (porque é Deus no céu e Christopher Nolan na Terra), assistir a 400 filmes do Homem-Aranha e me divertir com o pacote X-Men, cansei de super-heróis no cinema. Passo reto. Também não sei o que significa a guerra DC vs. Marvel. Hoje cheguei na ~firma, por exemplo, perguntando que treta era essa, e me informaram que os filmes da Marvel costumam ser mais leves e divertidos, enquanto os da DC são mais "realistas" e sombrios, e que Mulher-Maravilha era uma aposta pra fazer o nome do estúdio se fortalecer novamente depois de lançamentos de alguns embustes. Se eu estiver escrevendo bobagem, culpem meus colegas de trabalho.

Mas não foi isso que me fez mudar de comportamento e comprar um ingresso pra pré-estreia de Mulher-Maravilha ontem. Foi o fato de estarmos diante de uma adaptação dos quadrinhos com uma protagonista feminina, levantando a relevância do que significa representatividade de mulheres no cinema atualmente, e porque eu sou uma filha da pyta pedante que se importa com os mais de 90% de aprovação do filme no Rotten Tomatoes.


23 maio 2017

The keepers: quem matou a irmã Cathy?

postado por Manu Negri


Um combo é um combo, né, mores? Primeiro, é uma série documental que aborda um crime não solucionado. Segundo, é dos criadores de Amanda Knox e Making a murderer. Terceiro, é uma obra original Netflix; ou seja, tava dando sopa lá na home da plataforma, só me esperando dar o play.

O que significa que passei sete horas do meu último fim de semana enfurnada no quarto, de cabelo sujo, vivendo de pipoca e guaraná. De novo.

Desde sempre eu sou fascinada por histórias de crimes complexos, serial killers, mistérios, casos inconclusivos e, por isso, foi grande a minha alegria e surpresa ao abrir a Netflix e me deparar com uma nova obra original andando por esses caminhos. The keepers, que estreou no dia 19 de maio provando que não é preciso computação gráfica, castelos e dragões para criar uma abertura que nunca dá vontade de pular, traz a história real (claro, dã) da freira Cathy Cesnik, desaparecida e encontrada morta 2 meses depois em Baltimore no ano de 1969. Apesar das circunstâncias estranhas – um bairro extremamente pacífico e sem índices de homicídios; seu carro estacionado próximo ao seu apartamento, sujo de lama e com metade da bunda na rua –, ninguém encontrou o assassino. Com o passar dos anos, o caso ficou envolto por uma atmosfera de lenda urbana, sempre lembrado com lástima e sentimento de injustiça pelos moradores locais. Principalmente por duas senhoras em especial, Abbie e Gemma, ex-alunas aposentadas de Cathy que decidiram investigar por conta própria o ocorrido com sua professora favorita, convictas de que seriam capazes de chegar a uma conclusão. Mas, à medida que desenterravam a história da freira, descobriam uma cadeia de segredos horríveis escondidos no seio católico da cidade.

A teoria mais lógica era que Cathy estava prestes a escancará-los para o mundo.