09 abril 2018

UM LUGAR SILENCIOSO não me deixou em paz

postado por Manu Negri


Um lugar silencioso é o mais novo filme da princesa Emily Blunt, dirigido pelo seu marido John Krasinski (o Jim de The Office), enquadrado nessa nova e maravilhosa onda dos filmes de horror, para o qual eu não estava dando nada mesmo depois dos trailers, até as pessoas começarem a falar bem, porque eu sou Maria-vai-com-as-outras, e é isto.

A sinopse, sobre uma família que vive numa casa de campo em absoluto silêncio, se comunicando através de sinais, na tentativa de sobreviver à uma ameaça desconhecida atraída por sons, me lembrou a trama de Caixa de pássaros. Só que, no caso dela, a ameaça é algo que a pessoa VÊ e a mata em seguida. O livro é uma merda, o filme será lançado num futuro próximo na Netflix com a Sandra Bullock protagonizando, mas, se a produção conseguir fazer com que a adaptação seja ótima como é Um lugar silencioso, eu serei obrigada a gongar Caixa de pássaros só pela metade.

Um lugar silencioso é mais uma prova de que eu não sobreviveria muito tempo em ambientes pós-apocalípticos (no caso, eu morreria antes de ser pós). Para garantir o oxigênio de cada dia, é preciso andar nas pontas dos pés, em areias macias, ter movimentos delicados e vagarosos, sussurrar e, de preferência, se comunicar por sinais. Não pode cantar ópera, não pode assoviar, não pode peidar alto. Do contrário, criaturas extremamente nojentas numa versão upgrade do Demogorgon vêm rapidinho arrancar seus membros numa patada. Aliás, o visual delas é bem perturbador, principalmente quando mostram a cavidade auricular responsável pela sua audição superpotente. Denotam toda a aura de perigo e morte que a produção, provavelmente, ansiava.


22 março 2018

O amor que transcende espaço e tempo em PACIÊNCIA

postado por Manu Negri


Não sou das maiores leitoras de quadrinhos (infelizmente, e por enquanto), mas topei com a existência de Paciência naquela considerada a melhor rede social da world wide web: o Twitter. Na ocasião, alguém retuitou um desconhecido elogiando a obra e usando as palavras mágicas que deixaram minhas anteninhas ligadas: "viagem no tempo". Não precisei nem de dez minutos pra comprar um presente pra mim mesma.

Quando abri o pacote de papelão dos Correios, pouco tempo depois (ou seja, um milagre), me deparei com um trem tão lindo que deu vontade de folhear com luvas, pra não correr o risco de estragar. Capa cartonada, um acabamento gráfico sensa, hot stamping no título e muitas cores. Joguei o pacote no lixo do quarto e já fui deitando na cama; um par de horas depois e eu havia concluído a leitura.

Paciência levou cinco anos para ser produzida por um dos principais nomes dos quadrinhos indie norte-americanos – Daniel Clowes. O sujeito, pelo que andei fuçando, tem muitos fãs, outros títulos premiados, adaptação pro cinema, e esse seu trabalho mais recente já ganhou espaço em listas de melhores quadrinhos de 2017. O segredo para tanto sucesso talvez tenha parte na estratégia de Clowes em não deixar uma sinopse na contracapa, apenas uma frase misteriosa: "Uma viagem cósmica através do espaço-tempo rumo ao infinito primordial do amor eterno". E, se posso começar falando alguma coisa sobre potencializar sua experiência com essa HQ, é justamente "quanto menos você souber a história, melhor".


12 março 2018

Lágrimas jorraram em FAREWELL, episódio bônus de LIFE IS STRANGE: BEFORE THE STORM

postado por Manu Negri


É pra glorificar de pé.

Depois de três (ou duas e meia) bolas foras, finalmente a Deck Nine mandou uma dentro. E ainda bem: porque estavam mexendo com as personagens mais queridas de Life is Strange; se o resultado final fosse um fiasco, o fandom ia reclamar mais que a Tulla Luana em dias de Colheita Feliz.

Não que Farewell (ou Despedida, no Brasil) esteja imune a críticas, mas, num modo geral, agradou bastante os fãs. O episódio bônus de Life is Strange: Before the Storm foi lançado globalmente no dia 5 de março nas plataformas PC, Xbox One e Playstation 4, depois de uma espera de mais de dois meses. Durando uma hora e meia, mais ou menos (quem gosta de explorar cada cantinho mínimo de cada espaço provavelmente vai gastar mais), ele se passa num período de algumas horas em um dia da infância/adolescência de Max e Chloe, quando ambas tinham 13 e 14 anos, respectivamente.


02 março 2018

Apostas para o Oscar 2018

postado por Manu Negri


Senhoras e senhores, o Oscar já está batendo nas nossas portas: domingo, dia 04 de março, é dia de vigília no Twitter pra comentar os vestidos das celebridades e as justiças e injustiças da cerimônia.

E, como de praxe, eu por pouco não fui uma completa incompetente em assistir a pelo menos os filmes das categorias principais. Dessa vez, no entanto, não foi nenhuma negligência e falta de planejamento, mas falta de tempo mesmo. Mudanças significativas na minha vida, projetos novos, momento de organizar tudo, privação de sono, vontade de deixar tudo de lado por três dias e ficar jogando videogame etc.

Para este ano, estou positivamente surpresa! Entre os indicados a Melhor Filme, por exemplo, são vários filmes incríveis e que me pegaram de jeito (ui). As atuações estão soberbas, tanto femininas quanto masculinas. Ou seja, só motivos pra gente brindar com uma Cereser e fazer esse post gostosinho de apostas, que nada mais é do que uma desculpa pra falar de Oscar e filmes de novo, já que pra prever os ganhadores é só acompanhar o BAFTA, SAG Awards, DGA e afins, basicamente (taí a dica pra vocês fazerem seus bolões e ganharem as promoções de cinemas de onde cês moram).


MELHOR ATRIZ 


Concorrem:
Sally Hawkins - A Forma da Água
Frances McDormand - Três Anúncios Para Um Crime
Margot Robbie - Eu, Tonya
Saoirse Ronan - Lady Bird - A Hora de Voar
Meryl Streep - The Post - A Guerra Secreta

Para quem torço: Frances McDormand
Quem vai ganhar: Frances McDormand


18 fevereiro 2018

O tecnológico e o primitivo em HORIZON ZERO DAWN

postado por Manu Negri


O primeiro game de mundo aberto a gente não esquece.

Quando coloquei o disco de Horizon Zero Dawn pra rodar pela primeira vez, era agosto de 2017. Desde então, portanto, até concluir a história, foram 6 meses jogando naquele meu ritmo maravilhoso de 3 horas a cada 3 semanas. Eu não esperava por essa; afinal, estava acostumada com jogos em que eu chegava ao fim com umas 10 ou 15 horas, com uma história fechadinha, e em Horizon me deparei com um novo estilo de game em que há uma narrativa principal a seguir, mas várias outras secundárias opcionais e inúmeros cenários pra explorar. 

Exceto por To the moon, que é um game bem simples e curtinho (e do qual falarei aqui em breve), eu fiquei presa à Horizon até terminá-lo – grande motivo que não me fez colocar RPG e mundo aberto na minha estante de favoritos. Apesar disso, quanto mais próxima eu estava do final, mais pena eu tinha de concluir a jornada da personagem. O jogo é um primor de tão bem feito.

Exclusivo para Playstation 4, desenvolvido pela holandesa Guerrilla Games, publicado pela Sony e ganhador de vários prêmios desde seu lançamento há um ano – incluindo "Melhor Jogo Original", atribuído pelo painel de juízes da Game Critics Awards –, Horizon Zero Dawn segue a trajetória de Aloy, uma arqueira ruiva de dreads maravilhosa que vive em um mundo pós-apocalíptico dominado por criaturas robóticas. Exilada de sua tribo junto do homem que a criou, o que mais deseja na vida é saber a sua origem e quem foi sua mãe, mas acaba descobrindo uma teia grandiosa de mistérios seculares.