Comecei a acompanhar mais de perto (se assim podemos dizer) as premiações mundiais do cinema de uns tempinhos pra cá e, quando vi quais filmes do Festival de Cannes arrancaram lágrimas, palmas (de ouro ou não, risos) e elogios do público, prestei atenção. Mommy foi um deles.
Além de ter sido ovacionado por mais de dez minutos depois da exibição, o filme levou pra casa o Prêmio do Júri. Foi quando o incluí na minha lista para assistir, roguei aos deuses para que chegasse logo aos cinemas e, muitos meses depois, o ingresso estava na mão. Posso dizer que poucas vezes minhas expectativas, que já são altas quando se trata de sucessos de crítica, são alcançadas. Nesse caso, foram superadas. E só quem me conhece sabe o quão insuportável eu posso ficar quando me apaixono por um filme.
A história de Mommy se passa num Canadá fictício, quando foi promulgada uma lei permitindo que pais de filhos problemáticos pudessem abandoná-los aos cuidados do governo. Diane Després (Anne Dorval), a Die, é mãe de Steve (Antoine-Olivier Pilon), um adolescente com TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade), inquieto, impulsivo e explosivo que, às vezes, pode oferecer perigo a outras pessoas. Nesse contexto, Steve é expulso do internato onde vive e precisa voltar a conviver com Die, que decide cuidar sozinha do filho em meio a dificuldades financeiras e emocionais. Enquanto tentam sobreviver, a nova vizinha da casa da frente, a tímida Kyla (Suzanne Clément), se envolve com os dois e, juntos, encontram um novo caminho para a esperança.