16 setembro 2016

10 filmes que saíram do cinema pra você assistir sem sair de casa

postado por Manu Negri


Vamos combinar que cinema não anda uma coisa tão acessível quanto antigamente, principalmente pra quem não tem o benefício de pagar meia entrada. Quando o problema não é dinheiro, é falta de tempo. Eu simplesmente AMO ver filmes no cinema; aquela sensação gostosa de curtir uma experiência com outras pessoas num mesmo lugar, a telona ocupando todo o espaço à minha frente, a pipoca amanteigada (custa os olhos da minha cara e da sua, mas eu evito pensar nisso). Mas a gente faz o que pode, e quanto pode.

Por isso, é inevitável perder algumas estreias de filmes bacanas e ter que esperar eras pra poder encontrar na Netflix ou achar um link pra baixar com uma legenda decente (se você prefere filmes dublados, retire-se do recinto). A menos que você faça parte do maravilhoso mundo de pessoas que usam o NET NOW. A NET você conhece, né – que oferece TV por assinatura, telefone e internet. No NOW, um dos serviços dela, é possível alugar filmes por preços muuuito camaradas (bem mais baratos que um ingresso comum, lógico), que ficam disponíveis pra você por até 48h. Inclusive filmes recém-saídos do cinema!

Ou seja, nem é preciso esperar tanto tempo pra conferir aquele longa superfamoso no conforto do lar. Pensando nisso, separei 10 filmes lançamentos disponíveis na plataforma pra você alugar correndo assim que terminar de ler o post (rs):


1. MÃE SÓ HÁ UMA


O sucesso estrondoso de Que horas ela volta? ajudou a diretora Anna Muylaert a divulgar seu mais novo filme, Mãe só há uma, que estreou no último Festival de Berlim. A história real contada segue a vida extraordinária de Pierre, um adolescente de 16 anos que, em meio a transformações que envolvem sua sexualidade, descobre que sua mãe o roubou na maternidade. A partir daí, ele é obrigado a deixar a família que o criou, indo viver com os pais biológicos, que nunca tinha visto antes. Treta bem tretosa.


09 setembro 2016

"O homem nas trevas" me deixou exausta

postado por Manu Negri


Dos criadores de A morte do demônio, "O homem nas trevas" (título original: "Don't breathe") é o novo thriller que anda chamando a galera pro cinema desde que a Sony Pictures divulgou uma cena bem daora em seu Facebook (atraindo criaturas capazes de associar a porcaria de uma SINOPSE com... o quê? Estímulo à violência? Crítica aos direitos humanos? Ao Brasil? HAHAHAHAH PELO AMOR DE DEUS)


Sim, assaltar é errado. Assaltar é um crime. Mas assaltar casas é o que o trio de personagens faz rotineiramente, um deles pra tentar mudar a dura realidade da sua vida, sim, e isso é apenas um fato da sinopse. Eu tô ficando (ainda mais) preocupada com a sanidade das pessoas na internet.

</revolta>

"Money", Rocky e Alex são amigos e experts em assaltar casas de ricaços para roubar pertences valiosos (nunca dinheiro, ou a pena deles mudaria caso fossem pegos).  Num belo dia, Money, o babacão mano das quebrada, fica sabendo que tem um idoso veterano de guerra morando sozinho em uma casa de uma rua isolada, e dono de uma boooa grana, que recebeu de indenização depois que sua filha foi morta em um atropelamento. Decididos a arriscarem levar dinheiro pela primeira vez em suas "carreiras", eles partem em missão sem imaginar que o senhor ex-soldado, apesar de aparentemente inofensivo por ser cego, é um filho da puta ninja capaz de saber sua localização só por te ouvir respirar.

Aí você pensa: "porra, pelo material promocional estão tentando fazer o cara parecer um vilão, mas é fácil: vou torcer pro velhinho estripar esses três. Quem mandou invadirem a casa?"

Ah, meu amigo. Você não sabe os plot twists que o aguardam.


04 setembro 2016

Aquarius é isso tudo o que estão dizendo

postado por Manu Negri


Aquarius é o novo filme do cineasta Kleber Mendonça, responsável pelo aclamado O som ao redor, e o único representante do Brasil no Festival de Cannes deste ano. Na Europa, com sua exibição no evento, Aquarius surpreendeu pela sua incrível qualidade enquanto obra cinematográfica; no Brasil, ficou conhecido depois da equipe e elenco fazerem uma manifestação contra o impeachment de Dilma Rousseff e o golpe parlamentar, no tapete vermelho. O velho blablablá de gente inflamada, comum nesse furacão de acontecimentos políticos – "mamam nas tetas do governo corrupto para defendê-lo", "se beneficiaram da Lei Rouanet", etc. –, levou a uma grande promessa de boicote ao filme assim que ele estreasse no Brasil. Inclusive, parece que aconteceu uma treta envolvendo a comissão responsável por indicar a obra nacional que concorrerá a uma vaga para disputar o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro: entre os membros deste ano, havia um crítico cujo trabalho aparentemente não é muito respeitado pelos colegas de profissão, que atacou por meses Aquarius e seus realizadores sem ter assistido ao filme. Eita.

Cartazes em Cannes: "Há um golpe ocorrendo no Brasil"
De acordo com o quadro de cotações do Screen Daily, Aquarius foi o quinto longa mais bem avaliado, entre os 21 que competiam pela Palma de Ouro (o prêmio mais prestigiado). Além disso, a imprensa e muitos críticos apostavam em Sônia Braga como vencedora na categoria Melhor Atriz (acabou perdendo para a filipina Jaclyn Jose, de Ma'Rosa). E isso já diz alguma coisa, considerando que Cannes é um dos festivais de cinema mais importantes do mundo. Se não for o mais importante.

Todo esse conjunto de coisas foi o que me levou à comparecer à primeira sessão da estreia do filme no Espaço Itaú de Cinema da Augusta, mesmo com o ingresso custando absurdos R$ 33 (bicha, por favor, que que isso?!). Deixando posicionamentos políticos do diretor ou elenco de lado, o que interessa é avaliar o que está sendo contado no filme, e como está sendo contado.

Aquarius é dividido em três capítulos. O primeiro, chamado "O cabelo de Clara", se inicia na década de 1980, onde conhecemos a protagonista Clara, ainda bastante jovem e flertando com um visú Elis Regina: cabeça máquina 2. O cenário é a festa de 70 anos de tia Lúcia, dentro do apartamento do edifício que dá nome ao filme. Enquanto os filhos de Clara leem cartas cheias de carinho e orgulho pela trajetória de vida da tia-avó, a aniversariante se distrai observando uma cômoda num dos cantos da sala e pegando o espectador de surpresa: ela está relembrando momentos intensos de sexo sobre o móvel, décadas antes. Gente, vovós também transam ou já transaram, viu?


16 agosto 2016

Kaoma & eu

postado por Manu Negri


É verdade que, quando adolescente, eu tinha poucas ambições na vida. Não pensava muito na minha futura profissão, não tinha nenhuma paixão à vista e não sonhava em dançar valsa em uma festa de debutante pomposa. Meu único desejo, que consumia horas do meu dia em pesquisas, leituras e zapeadas no Animal Planet, era ter um golden retriever. E você, Kaoma, por acaso era um. Há especialistas em pedigree que talvez pudessem ter discordado da pureza do lance, mas eu nunca liguei se sua altura não tinha os centímetros exatos ou se sua pisada não correspondia à da família dos retrievers.

Naquela época, as pessoas não eram tão julgadas quanto a querer ter um cachorro de raça ao invés de adotar um vira-lata. Acho que bicho é bicho e, independente de misturas genéticas, merece ter um lar com donos carinhosos. E o seu esteve repleto de amor antes mesmo de você chegar, porque era com você que eu sonhava.


12 agosto 2016

Não consigo parar de ouvir Tall Heights

postado por Manu Negri


Mais uma dessas preciosidades que o Descobertas da Semana do Spotify nos proporciona: Tall Heights, uma banda? uma dupla? de folk progressivo formada pelos amigos de infância Tim Harrington e Paul Wright. Isso que é boy (magia) band.

E não faço ideia do que seja folk progressivo, mas é assim como se denominam.

Harrington, vocal e violão, e Paul, vocal e violoncelo, fundaram a Tall Heights em 2010, em Boston. Antes de saírem tocando pelas ruas da cidade, os dois costumavam compartilhar ideias de letras e melodias enquanto um ainda morava no exterior e o outro terminava a faculdade. Hoje, o hábito de compor separadamente e depois sentar para conversar permanece. Ambos valorizam a simplicidade das suas canções bem despojadas (EU TAMBÉM), que, além de seus instrumentos de corda, também são marcadas pela bateria eletrônica. O som, apesar de atual, me fez lembrar um pouco Simon & Garfunkel, especialmente pela combinação dos vocais.

Três sessões de gravação no Color Study, em Vermont, renderam músicas para o EP de 2015 Holding On, Holding Out e para o álbum Netuno. Particularmente, ando ouvindo Two blue eyes sem parar nos últimos dias e deixo a dica pra vocês. ♥