Quando falo "novo terror", me refiro à recente leva de filmes do gênero que estão deixando de usar jump scares e outros elementos convencionais para focar em um terror sugestivo, psicológico, que prefere usar o seu clima angustiante como forma de assustar e deixar o público tenso; muitas vezes evitam mostrar o inimigo, monstrinho, espírito, zumbi, the monho ou outra coisa qualquer. E, mais do que isso, fazem da sua atmosfera um pano de fundo pra revelar um drama mais profundo ou uma crítica social. Os exemplos estão aí: Boa noite, mamãe, Raw (ou Grave), Corra!, O Babadook, Corrente do mal, A bruxa.
Falando em A bruxa (da mesma produtora deste aqui, a A24), senti um forte déjà-vu ao fim da sessão quando comecei a ouvir alguns murmurinhos de pessoas insatisfeitas. "Que filme horrível", "Isso não é terror", "Perdi meu tempo". Elas, que esperavam outra coisa de um longa de terror estranhamente exibido em somente um cinema da rede Cinemark de Belo Horizonte (aparentemente, culpa da Diamond Films, que tem pouca força no mercado). Que estão acostumadas aos tais enlatados que vez ou outra comento aqui no blog, com conceitos entregues de bandeja para servir ao entretenimento puro. Não estou dizendo que quem gosta de consumir apenas esse tipo de cinema está errado, óbvio, mas é injusto dizer que obras como Ao cair da noite são ruins porque não explicam o que você vê em tela. Sinto falta de mais reflexões sobre o que acabamos de assistir; de afastar a preguiça de pensar que toma conta de boa parte do público que faz questão de gastar dinheiro em um ingresso; porque esse filme pede justamente isso: reflexões.
VOU NEM MENCIONAR ROTTEN TOMATOES.