22 maio 2018

BONECO DE NEVE, de Jo Nesbø: livro + filme

postado por Manu Negri

Sim, eu mesma fiz essa belíssima montagem, obrigada
Pelo que andei lendo, Boneco de Neve é um dos vários livros do norueguês Jo Nesbø cujo protagonista é Harry Hole, um investigador policial fodão, porém fodido no amor, no tato social e na sobriedade. Considerado pelo The Guardian seu livro mais ambicioso, Boneco de Neve também é conhecido como a obra mais arrepiante do escritor por outros veículos e leitores. Na história, Harry vira o cabeça de uma investigação que está atrás de um serial killer denominado Boneco de Neve, que mata mulheres quando cai a primeira neve em Oslo, deixando um presentinho montado no local do crime, que é isso mesmo que você está pensando.


17 maio 2018

2 séries policiais bacanudas da Netflix pra conhecer

postado por Manu Negri


Eu amo, amo a temática policial e, depois de já ter recomendado três séries do tipo aqui, hoje vou dar a dica de duas séries que estão na Netflix. E já vou avisando: não são a piiiiiica das galáxias não, mas entretêm bem e me fizeram maratonar em dois dias.

A primeira delas na verdade é uma minissérie e se chama La mante, do original em francês, ou, aqui, A Louva-a-Deus. Em apenas 6 episódios, a história se passa décadas após a captura de uma serial killer conhecida como A louva-a-Deus, que oferece ajuda para solucionar uma sequência de assassinatos inspirados em seu modus operandi. Porém, com uma condição: trabalhar junto do filho policial responsável pelo caso, que ela "abandonou" quando foi presa.

Tirando o fato de que 90% do elenco é desprovido de carisma, principalmente o filho da senhora trevosa, a minissérie costura bem as pistas – mesmo que muitas delas sejam falsianes – em direção ao imitador dos crimes, de modo a sempre ter bons ganchos que levam o espectador a nunca querer fazer uma pausa entre os episódios. De acordo com Serial killer - Louco ou Cruel?, livro da Ilana Casoy que estou lendo no momento junto de um romance policial, assassinas em série são bem mais incomuns do que assassinos, além de terem motivações diferentes para matar, e por isso achei interessante a abordagem de uma criminosa do tipo nesta história. Ao longo da trama, descobrimos as razões que fizeram a Louva-a-Deus ser quem é, extremamente ligadas à misoginia; o impacto disso no filho e em como ele precisa lidar com isso ao ver-se obrigado a conviver com alguém que despreza; e como a questão da maternidade segue a narrativa da minissérie, culminando num desfecho que, pra mim, foi bem satisfatório e não requer nenhuma possível continuação.


11 maio 2018

Sobre WHAT REMAINS OF EDITH FINCH, vencedor do "Oscar dos videogames"

postado por Manu Negri


Há um ano era distribuído pela Annapurna Interactive o game de suspense e aventura da Giant Sparrow que, em 2018, ganharia o BAFTA Games Awards de "Melhor jogo" – contrariando as apostas em Horizon Zero Dawn, sobre o qual já falei aqui. Disponível para PC, PS4 e Xbox One, What remains of Edith Finch conta a triste história das gerações da família Finch, que acreditava estar sob alguma maldição, já que os seus membros costumam morrer de forma trágica e repentina.

No jogo, estamos na pele de Edith, última da linhagem dos Finch, que retorna à antiga casa de seus antepassados anos depois de uma tragédia. Finalmente livre para explorar o lugar, ela tem a oportunidade de conhecer todos os cantos por onde viveram, já que praticamente cada cômodo da casa pertenceu a um Finch e sobreviveu até o momento como um grande memorial e um ode às suas (muitas vezes curtas) existências. Com um caderninho em mãos, nós, como Edith, passamos a reconstruir a árvore genealógica da família ao descobrirmos passagens secretas e quartos escondidos à medida que somos convidados a experimentar o último dia de vida de cada pessoa


26 abril 2018

O HOMEM DE GIZ bebeu da fonte de King, mas não matou minha sede

postado por Manu Negri


(Enquanto pensava se o título desse post era barango ou não, apertei o botão de publicar.)

Aviso: este texto contém spoilers.

Venderam O homem de giz pra mim como um livro escrito por uma grande fã de Stephen King, com várias referências a obras do muso. No próprio Skoob, a frase "Assassinato e sinais misteriosos em uma trama para fãs de Stranger Things e Stephen King" engorda a campanha de marketing. Opa, rapaz, é assim que se joga uma isca pra mim. Agarrei direitinho e me dirigi ao setor de compras da livraria online mais próxima e, na noite do mesmo dia, dei início à leitura.

"Em 1986, Eddie e os amigos passam a maior parte dos dias andando de bicicleta pela pacata vizinhança em busca de aventuras. Os desenhos a giz são seu código secreto: homenzinhos rabiscados no asfalto; mensagens que só eles entendem. Mas um desenho misterioso leva o grupo de crianças até um corpo desmembrado e espalhado em um bosque. Depois disso, nada mais é como antes.

Em 2016, Eddie se esforça para superar o passado, até que um dia ele e os amigos de infância recebem um mesmo aviso: o desenho de um homem de giz enforcado. Quando um dos amigos aparece morto, Eddie tem certeza de que precisa descobrir o que de fato aconteceu trinta anos atrás.
Alternando habilidosamente entre presente e passado, O Homem de Giz traz o melhor do suspense: personagens maravilhosamente construídos, mistérios de prender o fôlego e reviravoltas que vão impressionar até os leitores mais escaldados."

"Personagens maravilhosamente construídos, mistérios de prender o fôlego e reviravoltas que vão impressionar até os leitores mais escaldados."



16 abril 2018

Um suspiro a cada página de ME CHAME PELO SEU NOME

postado por Manu Negri


É com o coração em frangalhos, semirecuperada de três metros de ranho escorrendo pelo nariz, que venho falar de Me chame pelo seu nome – o livro que está marcando minha volta definitiva à leitura, parcialmente abandonada de um ano pra cá.

ABAIXA QUE É TIRO

Escrita pelo ítalo-americano-egípcio (eita!) André Aciman, a trama é narrada pelo protagonista Elio, um adolescente de dezessete anos que está passando as férias na casa da família, em um paraíso da costa italiana (chamada apenas de "B."), parada certa de amigos, vizinhos, artistas e intelectuais de todos os lugares. Filho de um importante professor universitário, o jovem está bastante acostumado à rotina de, a cada verão, hospedar por seis semanas na villa da família um novo escritor que, em troca da boa acolhida, ajuda seu pai com correspondências e papeladas. Uma cobiçada residência literária que já atraiu muitos nomes, mas nenhum deles como Oliver.

Elio imediatamente, e sem perceber, se encanta pelo americano de vinte e quatro anos, espontâneo e atraente, que aproveita a temporada para trabalhar em seu manuscrito sobre Heráclito e, sobretudo, desfrutar do verão mediterrâneo. Da antipatia impaciente que parece atravessar o convívio inicial dos dois surge uma paixão que só aumenta à medida que o instável e desconhecido terreno que os separa vai sendo vencido.