Não que eu tenha visto todos os romances de 2015. Ou que eu queira ser sensacionalista. Mas Carol tem sido assim considerado por muita gente que assistiu, entre imprensa em geral e críticos de cinema, desde sua estreia em maio no Festival de Cannes. E também não creio que esse título seja injusto. Ganhador de vários prêmios desta recente temporada e um dos cotados a Melhor Filme do Oscar 2016 (falei aqui), Carol é simplesmente belo em todos os seus detalhes.
Sabe um desses incomuns exemplos em que o filme consegue ser melhor que seu livro? Pois então. Baseado na obra de Patricia Highsmith, "O preço do sal" (falei aqui) – e já comercializado com o título "Carol" –, a história acompanha o desenrolar do relacionamento entre duas mulheres na década de 50 em Nova York. A primeira vive um casamento sem amor, e, a outra, é uma jovem vendedora de uma loja de brinquedos que sonha em ser fotógrafa. Cate Blanchett e Rooney Mara dão vida à Carol e Therese, respectivamente, em duas atuações que vão arrebatar seu pobre coração.
Todd Haynes é conhecido por dirigir personagens femininas à frente de seu tempo, como a mãe solteira dos anos 30 na minissérie Mildred Pierce, e a esposa exemplar que se envolve com um homem negro na sociedade super-racista de Longe do Paraíso. Em Carol, não é diferente. Acho errado classificá-lo como "romance lésbico" porque, independente se o casal do filme é hetero ou não, uma história de amor continua sento uma história de amor. No entanto, o que conduz este filme é justamente o fato do relacionamento ser entre duas mulheres, em uma época em que a homossexualidade era sinônimo de doença.