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02 janeiro 2017

Os (meus) melhores filmes de 2016

postado por Manu Negri


Foram 83 filmes assistidos em 2016 (será que em algum ano eu passo pelo menos dos 100? #juninha). Apesar de os premiados do ano começarem a aparecer só em meados de novembro e dezembro, nós, brasileiros, somos prejudicados porque a maioria deles estreia só a partir deste 2017 (como Moonlight, La la land, Manchester by the sea, Toni Erdmann e Eu, Daniel Blake).

Mas no ano passado e enterrado há apenas 1 dia, fui agraciada com produções sul-coreanas e brasileiras, com invasões zumbi, suspense, drama interracial, um olhar no centro do holocausto e muitos roteiros incríveis. :)

Seguindo a cultura desse bloguinho de anos anteriores, aí vão os 15 melhores filmes que assisti em 2016 (não importando seu ano de lançamento!):



15. ROGUE ONE: UMA HISTÓRIA STAR WARS, 2016, de Gareth Edwards | Trailer

Enquanto esperamos pelo oitavo episódio da saga, ABAIXA QUE É TIRO (literalmente) com essa história que se passa antes do Episódio IV: Uma Nova Esperança, que narra a missão de um grupo de rebeldes de roubar os planos da famosa Estrela da Morte, a fim de detectar seu ponto fraco e poder destruí-la.

Confesso que até a metade do filme eu não estava dando nada, achando a personagem da Felicity Jones não muito carismática e a química entre o grupo principal fraca, mas aí tudo começou a ficar substancialmente melhor. As últimas cenas são de tirar o fôlego, PRINCIPALMENTE a final. É um ótimo filme de guerra, e acho que o único de Star Wars que parece uma guerra real, talvez pelo forte apelo dramático e pelos sacrifícios e perdas inerentes a confrontos assim. Me senti no campo de batalha.


25 novembro 2016

'A chegada' é um dos melhores filmes do ano

postado por Manu Negri


Vamos começar o texto com um fato talvez inquestionável atualmente: Denis Villeneuve é um homão da pirra.

Provavelmente no auge de sua carreira, o diretor canadense foi responsável por filmes ótimos como Os suspeitos e Sicario – Terra de ninguém e pelo sensacional-incrível-foderoso Incêndios (está na Netflix. Faça um favor a si mesmo e assista). E agora, com A chegada, acredito que Villeneuve definitivamente possui uma filmografia invejável. O cara só acerta.

Inspirado no conto História da sua vida, de Ted Chiang, o longa acompanha Louise Banks, uma renomada linguista que é recrutada pelo exército americano para que consiga estabelecer um diálogo com alienígenas, depois que 12 naves pousam em pontos distintos do planeta. Sendo comparado a rodo com Contato (de 1997, com Jodie Foster), A chegada ultrapassa o convencionalismo do gênero sci-fi ao nos entregar uma história densa, complexa, sensível, elegante e melancólica; uma história que aborda o encontro entre humanos e seres estrangeiros, repleta de humanidade em seus personagens e narrativa.


16 novembro 2016

Faltou sustança em 'Pequeno Segredo'

postado por Manu Negri


Você já tinha ouvido falar nos Schürmann? Se sempre costuma acompanhar os noticiários, então provavelmente sim. Mas, se não: eles são uma família de Florianópolis famosa por velejar ao redor do mundo, sendo, inclusive, a primeira família brasileira a circunavegar o mundo num veleiro. Lançaram livros. Deram entrevistas. E, agora, fazem filmes.

Pequeno segredo é baseado em um dos livros, escrito por Heloísa, a mãe, chamado Pequeno segredo – A lição de vida de Kat para a família Schürmann, que conta a história de como a filha caçula Kat conseguiu transformar sua rotina para melhor. Transformação que tem a ver com esse tal segredo e que, ao contrário de sinopses irresponsáveis por aí, não vou revelar, pois se trata do maior spoiler do filme. Claro que se você por um acaso já acompanhou esse aspecto da vida dos Schürmann, não será surpresa nenhuma.

Pequeno segredo estreou no Brasil neste mês após rolar uma polêmica com a comissão nacional que escolheu o filme para tentar uma vaga na corrida do Oscar 2017, na categoria de Melhor Filme Estrangeiro, em detrimento de Aquarius - um longa até então premiadíssimo no mundo inteiro e grande favorito para representar o Brasil (escrevi sobre ele aqui). Parte da crítica quase morreu de desgosto com a surpresa. Muitos apontam critérios políticos, e não cinematográficos, da escolha; afinal, a equipe de Aquarius protestou contra o impeachment da ex-presidenta Dilma no Festival de Cannes deste ano. Bom, se foi treta política, eu não sei (mas não duvido nem um tico). E agora que assisti aos dois, posso dizer que Aquarius e Pequeno segredo são longas bastante diferentes entre si, mas achei o primeiro de fato superior. Muito superior.


26 outubro 2016

7 motivos para assistir Westworld, a nova série da HBO

postado por Manu Negri


Se você num tá nem sabendo de nada, deixa eu apresentar: Westworld é a nova série que estreou na HBO no dia 2 de outubro, inspirada no filme de mesmo nome lançado em 1973 e dirigido por Michael Crichton. Ainda estamos no episódio 4 dos 10 previstos para essa primeira temporada, mas é certo que a série já conseguiu fisgar a atenção de uma boa fatia de espectadores, especialmente nessa época de hiatus de outras séries. Dizem, inclusive, que Westworld chegou para ocupar o vazio que Game of Thrones deixará em nossos corações, agora que seu fim se aproxima. Se é verdade, eu não sei, mas eu já trouxe alguns bons motivos pra você começar a acompanhar a história:


1. Essa é a mistura do Velho Oeste com Sci-fi  


Tem que ter charme pra dançar boniiiiito! (não rima, foda-se)

Eu confesso que nem Velho Oeste e nem Sci-fi são gêneros que me atraem. Mas em Westworld essa junção parece beeem promissora, ainda mais com esse ingrediente que eu amo tanto chamado mistério. Não tem nada de viagem no tempo e nem extraterrestres invadindo saloons; a história é a seguinte: Westworld é um PARQUE DE DIVERSÕES temático ultramoderno do futuro e ambientado no Velho Oeste (arrá), que recebe "jogadores" milionários de todos os cantos para literalmente viver o personagem que quiserem nesse mundo particular. Por 40 mil dólares por dia, você escolhe sua roupa, sua arma, seu chapéu e vive aventuras junto de muitos outros personagens que estão em Westworld especialmente para servi-lo: bandidos, prostitutas, donzelas, mocinhos, padres, bêbados, caçadores de recompensa e por aí vai. O detalhe é que esses personagens do jogo, apesar de serem exatamente iguais a humanos na aparência e no comportamento, na verdade são androides fodasticamente construídos para viver roteiros próprios dentro de seus universos. Jogadores humanos não podem morrer em Westworld, mas podem "matar" os androides; eles nunca se lembram das várias vidas que vivem justamente por não terem consciência e nem lembranças, sendo limpos, reestruturados e analisados diariamente.

Mas algo nos diz que isso está para mudar.

Esse é o grande lance de Westworld. À medida que passamos a sentir empatia pelos androides e algum nível de identificação – afinal, eles choram, sentem dor, sangram e têm suas próprias histórias como se fossem um de nós –, eles começam a ter sinais de que estão se recordando de outros dias que viveram e morreram, lutaram, conversaram e se envolveram com outros androides e jogadores. Mais: estão começando, de algum modo, a desenvolver consciência. Quais serão as consequências disso para os criadores do parque e para os jogadores que estão lá?


18 outubro 2016

Filmes da semana #9: filmes coreanos surpreendentes

postado por Manu Negri


Ó, já falei pra parar de preconceito bobo com filme oriental, né? E pra sair dessa bolha de Netflix porque ela, apesar de maravilhosa, não é a guardiã de todos os grandes filmes do mundo. Tem muita obra legal esperando pra entrar na fila do seu uTorrent.

POIS BEM.

Se seu último contato com coreanos tem a ver com a Sun de Sense8 ou com o cara que vende óculos de sol no calçadão, aproveita o Filmes da Semana da vez porque as indicações são três ótimos longas sul-coreanos que podem abrir seus olhos (escrota) para o cinema do lado de lá.


Train to busan


Train to busan, mais conhecido na minha mente como TREM PRO BUSÃO ou no título oficial brasileiro INVASÃO ZUMBI (cof, cof, gasp bleeerrrgh me leva, Deus), como este último sugere, é um filme sobre zumbis.

Calma, não passe para o próximo da lista ainda. Eu mesma nunca fui fã de histórias com zumbis, mas esse me fisgou (REC e Guerra Mundial Z também constam na patota). Train to busan conta a história de um gestor financeiro do tipo que dá mais importância pro trabalho do que pra família, completamente egoísta e distante, que vai levar a filhinha pra casa da ex-esposa pegando um trem de Seul para Busan. Segundos antes das portas dos vagões se fecharem, uma mulher infectada por vocês sabem o quê entra às pressas tentando fugir de vocês também sabem o quê, causando o velho e conhecido caos na Terra.  


07 outubro 2016

15 filmes de terror e suspense que você ainda não viu

postado por Manu Negri


Ahhh, dona Manuela, mas eu tô vendo nessa sua lista vários filmes, sim, que eu já assisti.

Tudo bem, pequeno gafanhoto cinéfilo. Isso é possível.

Mas muita gente que só acompanha lançamentos comerciais e indicações de obras que priorizam sangue e jumpscares sem conteúdos pode estar privada de algumas maravilhas da sétima arte, num é mesmo? Aquele filminho que você só encontra no makingoff.org, aquele VHS que nunca chegava na locadora da esquina, aquele independente de baixo orçamento aplaudido por cultos cult.

Tá, parei.

Como outubro é o mês das bruxas, eu resolvi compilar algumas obras de dois dos meus gêneros favoritos, a fim de abrir uns horizontes por aí e fazer a gente ficar tudo feliz.


Cubo (Cube, 1997)


Reza a lenda que Cubo foi a inspiração para a criação da franquia Jogos Mortais.

Esse filme canadense de baixo orçamento (gravado em apenas um único cenário de cerca de 4 x 4 metros) pode até ter atores ruins, uns diálogos pobres e teorias loucas, mas quando assisti eu fiquei verdadeiramente impressionada. Meu cérebro o guardou na gaveta de Filmes de Terror Inesquecíveis, e não pretendo tirá-lo de lá até assisti-lo novamente.

Cubo começa sem qualquer explanação nos apresentando a um homem que acorda em uma sala cúbica com uma porta em cada lado. Ele escolhe uma delas para tentar sair, e acaba entrando em outra sala, idêntica à anterior. Mas nosso personagem não tem muito tempo para perceber o que está acontecendo porque ele é literalmente feito em pedaços por uma armadilha em forma de grade. PÁ, já temos uma cena de impacto e suficiente pra gerar um monte de perguntas na nossa cabeça.

O filme, sem delongas, então nos apresenta à sua história: seis desconhecidos acabam se encontrando em uma dessas salas em formato de cubo sem saber como foram parar lá, muito menos que porra de lugar é aquele. Aos poucos, eles descobrem ser possível passar de um cubo para outro através de comportas; o problema é que alguns deles oferecem armadilhas mortais, criando um labirinto sem fim. Mas, principalmente, eles descobrem que precisam uns dos outros para conseguirem sair vivos.

Cubo ainda ganhou uma sequência e um prequel (Cubo Zero e Cubo 2 - Hipercubo), que não assisti, mas parecem ser aqueles filmes criados pra estragar toda uma sequência. Mas eu não vou omitir informação pros mores, né?


25 setembro 2016

"Menina má": aquela criança angelical pode ser uma psicopata

postado por Manu Negri


 Será a maldade uma semente que brota dentro de nós?

The bad seed ("A semente do mal") foi uma obra que levantou polêmica na época de seu lançamento, no ano de 1954. Escrito por William March, um pobre sujeito que não pôde aproveitar o sucesso sequente devido a um ataque cardíaco, o livro foi republicado no Brasil recentemente como "Menina má" pela Darskide Books que descobri ser uma editora SÓ de livros de terror e suspense. Ou seja, o paraíso pra mim. <3

"Menina má" me ganhou pela capa dura maravilhosa (aliás, os livros da Darkside costumam ter capas bem maneiras), pelo marcador de páginas à moda antiga e pela sinopse, claro. O livro, que inspirou outras obras como Anjo Malvado, provocou o maior bafafá porque tratou de um tema que até então não era explorado: a maldade inata vs. a inocência das crianças.

Rhoda é, à primeira vista, uma garotinha de 8 anos linda, doce, obediente, organizada, madura para a idade e extremamente educada. Um anjinho de Deus, como dizem por aí. Ou o capiroto, como as páginas seguintes vão mostrar.   


16 setembro 2016

10 filmes que saíram do cinema pra você assistir sem sair de casa

postado por Manu Negri


Vamos combinar que cinema não anda uma coisa tão acessível quanto antigamente, principalmente pra quem não tem o benefício de pagar meia entrada. Quando o problema não é dinheiro, é falta de tempo. Eu simplesmente AMO ver filmes no cinema; aquela sensação gostosa de curtir uma experiência com outras pessoas num mesmo lugar, a telona ocupando todo o espaço à minha frente, a pipoca amanteigada (custa os olhos da minha cara e da sua, mas eu evito pensar nisso). Mas a gente faz o que pode, e quanto pode.

Por isso, é inevitável perder algumas estreias de filmes bacanas e ter que esperar eras pra poder encontrar na Netflix ou achar um link pra baixar com uma legenda decente (se você prefere filmes dublados, retire-se do recinto). A menos que você faça parte do maravilhoso mundo de pessoas que usam o NET NOW. A NET você conhece, né – que oferece TV por assinatura, telefone e internet. No NOW, um dos serviços dela, é possível alugar filmes por preços muuuito camaradas (bem mais baratos que um ingresso comum, lógico), que ficam disponíveis pra você por até 48h. Inclusive filmes recém-saídos do cinema!

Ou seja, nem é preciso esperar tanto tempo pra conferir aquele longa superfamoso no conforto do lar. Pensando nisso, separei 10 filmes lançamentos disponíveis na plataforma pra você alugar correndo assim que terminar de ler o post (rs):


1. MÃE SÓ HÁ UMA


O sucesso estrondoso de Que horas ela volta? ajudou a diretora Anna Muylaert a divulgar seu mais novo filme, Mãe só há uma, que estreou no último Festival de Berlim. A história real contada segue a vida extraordinária de Pierre, um adolescente de 16 anos que, em meio a transformações que envolvem sua sexualidade, descobre que sua mãe o roubou na maternidade. A partir daí, ele é obrigado a deixar a família que o criou, indo viver com os pais biológicos, que nunca tinha visto antes. Treta bem tretosa.


09 setembro 2016

"O homem nas trevas" me deixou exausta

postado por Manu Negri


Dos criadores de A morte do demônio, "O homem nas trevas" (título original: "Don't breathe") é o novo thriller que anda chamando a galera pro cinema desde que a Sony Pictures divulgou uma cena bem daora em seu Facebook (atraindo criaturas capazes de associar a porcaria de uma SINOPSE com... o quê? Estímulo à violência? Crítica aos direitos humanos? Ao Brasil? HAHAHAHAH PELO AMOR DE DEUS)


Sim, assaltar é errado. Assaltar é um crime. Mas assaltar casas é o que o trio de personagens faz rotineiramente, um deles pra tentar mudar a dura realidade da sua vida, sim, e isso é apenas um fato da sinopse. Eu tô ficando (ainda mais) preocupada com a sanidade das pessoas na internet.

</revolta>

"Money", Rocky e Alex são amigos e experts em assaltar casas de ricaços para roubar pertences valiosos (nunca dinheiro, ou a pena deles mudaria caso fossem pegos).  Num belo dia, Money, o babacão mano das quebrada, fica sabendo que tem um idoso veterano de guerra morando sozinho em uma casa de uma rua isolada, e dono de uma boooa grana, que recebeu de indenização depois que sua filha foi morta em um atropelamento. Decididos a arriscarem levar dinheiro pela primeira vez em suas "carreiras", eles partem em missão sem imaginar que o senhor ex-soldado, apesar de aparentemente inofensivo por ser cego, é um filho da puta ninja capaz de saber sua localização só por te ouvir respirar.

Aí você pensa: "porra, pelo material promocional estão tentando fazer o cara parecer um vilão, mas é fácil: vou torcer pro velhinho estripar esses três. Quem mandou invadirem a casa?"

Ah, meu amigo. Você não sabe os plot twists que o aguardam.


04 setembro 2016

Aquarius é isso tudo o que estão dizendo

postado por Manu Negri


Aquarius é o novo filme do cineasta Kleber Mendonça, responsável pelo aclamado O som ao redor, e o único representante do Brasil no Festival de Cannes deste ano. Na Europa, com sua exibição no evento, Aquarius surpreendeu pela sua incrível qualidade enquanto obra cinematográfica; no Brasil, ficou conhecido depois da equipe e elenco fazerem uma manifestação contra o impeachment de Dilma Rousseff e o golpe parlamentar, no tapete vermelho. O velho blablablá de gente inflamada, comum nesse furacão de acontecimentos políticos – "mamam nas tetas do governo corrupto para defendê-lo", "se beneficiaram da Lei Rouanet", etc. –, levou a uma grande promessa de boicote ao filme assim que ele estreasse no Brasil. Inclusive, parece que aconteceu uma treta envolvendo a comissão responsável por indicar a obra nacional que concorrerá a uma vaga para disputar o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro: entre os membros deste ano, havia um crítico cujo trabalho aparentemente não é muito respeitado pelos colegas de profissão, que atacou por meses Aquarius e seus realizadores sem ter assistido ao filme. Eita.

Cartazes em Cannes: "Há um golpe ocorrendo no Brasil"
De acordo com o quadro de cotações do Screen Daily, Aquarius foi o quinto longa mais bem avaliado, entre os 21 que competiam pela Palma de Ouro (o prêmio mais prestigiado). Além disso, a imprensa e muitos críticos apostavam em Sônia Braga como vencedora na categoria Melhor Atriz (acabou perdendo para a filipina Jaclyn Jose, de Ma'Rosa). E isso já diz alguma coisa, considerando que Cannes é um dos festivais de cinema mais importantes do mundo. Se não for o mais importante.

Todo esse conjunto de coisas foi o que me levou à comparecer à primeira sessão da estreia do filme no Espaço Itaú de Cinema da Augusta, mesmo com o ingresso custando absurdos R$ 33 (bicha, por favor, que que isso?!). Deixando posicionamentos políticos do diretor ou elenco de lado, o que interessa é avaliar o que está sendo contado no filme, e como está sendo contado.

Aquarius é dividido em três capítulos. O primeiro, chamado "O cabelo de Clara", se inicia na década de 1980, onde conhecemos a protagonista Clara, ainda bastante jovem e flertando com um visú Elis Regina: cabeça máquina 2. O cenário é a festa de 70 anos de tia Lúcia, dentro do apartamento do edifício que dá nome ao filme. Enquanto os filhos de Clara leem cartas cheias de carinho e orgulho pela trajetória de vida da tia-avó, a aniversariante se distrai observando uma cômoda num dos cantos da sala e pegando o espectador de surpresa: ela está relembrando momentos intensos de sexo sobre o móvel, décadas antes. Gente, vovós também transam ou já transaram, viu?


03 agosto 2016

Filmes da semana #8: pra assistir na Netflix

postado por Manu Negri


Oi, gente bonita e cheirosa. Nossos 3 filmes da semana são esses: um suspense ótimo, um documentário imprescindível e, olha, o terceiro particularmente não é uma indicação.


O convite


Andei lendo umas coisas sobre Karyn Kusama, a diretora desse lançamento da Netflix. Parece que as coisas não são fáceis para diretoras mulheres em Hollywood, e pra Kusama foi menos ainda. Digamos que ela agarrou com todas as forças a oportunidade de dirigir Aeon Flux, um filme de ação meio sci-fi meio psicodélico que não assisti, mas que aparentemente foi detonado pela crítica. Nem Charlize Theron como protagonista salvou. Anos mais tarde voltou à ativa com Garota infernal, outro fiasco, uma obra com algumas promessas por ter sido roteirizada por Diablo Cody, quem tinha acabado de ganhar um Oscar por Juno. Pobre Kusama. Comeu o pão que a indústria cinematográfica machista amassou, afastada de qualquer projeto decente, até que ressurge das cinzas com o maior close certo lançando a produção independente O convite. E posso dizer que esses anos de reclusão foram bons pra você, Karyn Kusama. VAI QUE É TUA, MULHER!

Poucos filmes recentes me deixaram TÃO tensa quanto esse. É suspense com S de Sadia maiúsculo. A história é vivida por Will, um cara que certamente é o sósia do Tom Hardy, que é convidado para um jantar na casa da ex-esposa, quem não vê há dois anos e está completamente diferente, junto de seu novo marido. Acompanhado da atual namorada, Will reencontra amigos antigos e abre algumas feridas deixadas pelo fim do relacionamento, ao mesmo tempo que passa a desconfiar de que algo muito, muito estranho está acontecendo na casa.


22 julho 2016

Stranger things é amada pela nostalgia, não pela originalidade, e não há nada de errado nisso

postado por Manu Negri


Stranger things, nova série original da Netflix que estreou no dia 15 de julho, é a sensação do momento. Se você vive em outro planeta, explico: ambientados em 1983 em uma cidadezinha do Indiana, os episódios contam a história das crianças Mike, Dustin e Lucas, que saem em busca do amigo Will, desaparecido após entrar em contato com uma misteriosa (e asquerosa) criatura, enquanto o chefe de polícia monta uma investigação e descobre experiências secretas conduzidas pelo governo numa base militar. Tudo com muita, MUITA referência a filmes dos anos 1980, emocionando toda uma geração que viveu a infância nessa década e na seguinte.

A atmosfera de suspense e a ótima construção de personagens fazem a série funcionar muito bem. Ponto para os irmãos Duffer – produtores, criadores e diretores de Stranger things. Mas é de se confessar, mesmo com a facilidade de concluir a série numa só sentada, que há alguns furos, resoluções bem previsíveis e altos clichês envolvendo principalmente o núcleo adolescente da série. Sabe o que isso significa na hora da gente avaliar o todo? Nada. Que essas coisas se fodam, porque a gente quer ver, sentir e se apaixonar pela nostalgia vendida desde o primeiro trailer. E não tem nada errado nisso.

Tudo é muito evocativo em Stranger things. Desde o cartaz com visual bem oitentista, a tipografia em neon e a trilha sonora que remete totalmente aos trabalhos de John Carpenter, famoso pela direção e música do clássico de terror Halloween. A homenagem que a série faz ao período também abraça com força Steven Spielberg e filmes como Os goonies, Conta comigo e E.T – O extraterrestre.


14 julho 2016

3 séries policiais que você precisa assistir

postado por Manu Negri


Não sei em que momento me transformei nessa pessoa que fala de séries no blog e que fica semanas sem assistir a um filme. Mas essa é a verdade, amigos e vizinhos. Nos últimos tempos, fui capaz de passar fins de semana de pijama, óculos e cabelo sujo, vivendo à base de sorvete e Ruffles com molho barbecue. Tudo, ao menos, trazendo boas consequências: paixonite por novos personagens e um post-recomendação feito com carinho. <3


THE KILLING


"Quem matou Rosie Larsen?" é a pergunta que sustenta boa parte das temporadas de The Killing. Trata-se de uma obra baseada na série dinamarquesa Forbrydelsen (não assisti, mas amigos que viram as duas acham The killing superior, mesmo sendo uma espécie de remake americano) que acompanha o dia a dia da investigadora-chefe Sarah Linden e seu parceiro Stephen Holder, que, apesar de suas gritantes diferenças, unem esforços para desvendar crimes horrendos. A química entre os dois é maravilhousarrr, e acho que um complementa o outro de forma perfeita. É incrível como The Killing consegue desenvolver tão bem os personagens principais e seus dramas pessoais. Linden, por exemplo, é fria, sem um pingo de senso de humor, rígida consigo e com os outros e um tanto negligente com o filho, mas o público torce pra que as coisas deem certo pra ela de toda forma (se você não torceu, sai daquiiiii). Ao mesmo tempo, arma o terreno pro crime em questão, insere os  personagens secundários de forma brilhante, nos envolve com eles, e encaminha episódio após episódio pra desfechos que fogem totalmente do óbvio.  


03 julho 2016

DOIS filmes de terror decentes e UM ótimo

postado por Manu Negri


Quem ama filmes de terror sabe como é difícil hoje em dia encontrar um decente. Ótimo, então, é pra glorificar de pé. Às vezes é bom sairmos da zona de conforto da indústria hollywoodiana e procurarmos longas em outros cantos, que possivelmente vai sair coisa boa, como é o caso de dois filmes da Coreia do Sul que venho indicar hoje.


HUSH - A morte ouve


Vamos ignorar esse complemento podre "A morte ouve" do título brasileiro? Vamos. Hush é dirigido pelo jovem and promissor Mike Flanagan, que fez filmes como O espelho, O sono da morte (com o fofíssimo Jacob Tremblay, de O quarto de Jack) e já está na equipe de Ouija 2 - Origem do mal. Em Hush, conhecemos Maddie, uma escritora surda-muda que vive sozinha em uma casa no meio de um campo cheio de árvores sinistras e sem segurança alguma. Num belo dia, um doente sádico mascarado resolve aparecer por ali com um objetivo muito simples: matar Maddie. Assim, por diversão.


14 junho 2016

"Como eu era antes de você": bonitinho, mas ordinário

postado por Manu Negri


Se você estiver procurando a publicação sobre o LIVRO, e não o filme, clique aqui.

Adaptado do best-seller de Jojo Moyes, Como eu era antes de você traz Emilia Clarke no papel da protagonista Louisa "Lou" Clark, uma jovem de 26 anos sem maiores perspectivas de vida que arranja emprego como cuidadora do tetraplégico Will Traynor (Sam Claflin), cuja condição foi responsável por deixá-lo, com o passar do tempo, amargo e infeliz.

Sobre a fidelidade em relação à obra original, tá todo mundo de parabéns. Roteirizado pela própria Moyes, o filme é praticamente um resumo do livro, com muitas falas preservadas, cenas marcantes e a linha divertida, apesar de parte da história se revelar um drama delicado sobre um tema espinhoso (falarei mais pra frente, com spoilers). Emilia Clarke está adorável e engraçada como Lou, sem qualquer sombra de Daenerys Targaryen, personagem que a tornou tão famosa em Game of Thrones. Mesmo quando Lou se via sem saída em algumas situações, foi impossível imaginá-la mandando um DRACARYS. Sam Claflin também faz um bom trabalho como Will, sarcástico e distante na medida certa, vulnerável quando tem que ser, trazendo à tona o sofrimento, resignação e tristeza do personagem. Quanto à química entre os dois, não tenho do que reclamar.

Nunca pensei que sobrancelhas pudessem ser tão expressivas.


09 maio 2016

"Antes de dormir", de S. J. Watson – livro e filme

postado por Manu Negri


Tess Gerritsen, autora de thrillers famosos como O cirurgião, Jardim de Ossos e Desaparecidas (que resultaram numa série baseada na dupla de detetives: Rizzoli & Isles) escreveu, como consta na capa, que Antes de dormir é simplesmente o melhor romance de estreia que ela já leu. Olha, Tess, Antes de dormir é muito bom mesmo, mas você tá precisando ler mais romances de estreia pra melhorar essa concepção.

Lembra daquele filme bonitinho do Adam Sandler (é, às vezes ele acerta) com a Drew Barrymore, chamado Como se fosse a primeira vez? Então. Antes de dormir é mais ou menos aquela história, trocando o gênero comédia romântica por suspense. O livro é narrado por Christine Lucas, uma mulher de meia idade que, após sofrer um trauma grave, adquire um tipo incomum de amnésia: ela consegue reter informações durante um dia inteiro, mas, ao dormir e acordar nas manhãs seguintes, continua encarando seu marido – Ben – como um estranho. Christine então descobre, através de seu médico, que mantém um diário para não perder o que acontece em sua vida. Mas, para sua surpresa, ao passar a primeira página, a primeira frase que lê é "não confie em Ben".

S. J. Watson tem muitos méritos por agarrar a dificuldade de mostrar um personagem acordando todos os dias sem saber onde e com quem está e conseguir manter uma atmosfera de suspense contínua, sem ficar cansativo. Usar o diário como parte da narrativa do livro e como forma da Christine passar os dias se descobrindo aos poucos ajuda a dar fluidez, ainda que algumas situações e pensamentos da personagem fiquem um pouco repetitivos - o que acho coerente com o que está acontecendo.


15 abril 2016

Filmes da semana #7: documentários imperdíveis

postado por Manu Negri



O último post da série Filmes da Semana foi em, socorro, novembro do ano passado. Não que eu tenha parado de assistir a filmes, mas quis reunir o máximo de nomes possíveis do Oscar pra comentar num texto só sobre ele. Pena que minhas observações a respeito dos indicados às principais categorias acabaram ocupando duas linhas cada um, pro post não ficar gigantesco. Fuén. :-/

Mas, pra voltar com tudo e inaugurar a primeira publicação da série deste ano, trago três recomendações de documentários incríveis pra vocês tentarem assistir neste fim de semana.


THE HUNTING GROUND


The hunting ground aborda um assunto pesado, delicado e perturbador: os inúmeros casos de estupros nos campi universitários americanos. É praticamente uma epidemia. Através de dados chocantes e depoimentos emocionantes de vítimas, o documentário mostra como as administrações das instituições se preocupam mais em encobrir os fatos do que resolvê-los e proteger os estupradores ao invés de dar suporte aos sobreviventes, movidas por puro machismo e, claro, interesses financeiros. Enquanto algumas meninas chegam ao triste fim do suicídio, outras tentam seguir em frente lutando por justiça e educação em um meio que insiste em dizer que a culpa é sempre, sempre da mulher.

Felizmente, The hunting ground ganhou bastante notoriedade ao ser indicado ao Oscar por Melhor Canção Original – Till it happens to you, interpretada pela Lady Gaga em uma peformance de arrepiar que levou várias vítimas reais de abuso ao palco da cerimônia. Espero muito que o buzz ajude a transformar, mesmo que aos poucos, a realidade das estudantes desses campi.


10 abril 2016

O fantástico livro Novembro de 63 e a minissérie 11.22.63

postado por Manu Negri


Novembro de 63 é o meu segundo livro favorito do Stephen King e um dos favoritos da vida. Tijolão, do jeitinho que eu gosto. É por isso que, com muita alegria no coração, me preparei durante dois meses pra assistir à minissérie baseada na obra que estreou em fevereiro, produzida por J. J. Abrams (Lost, Cloverfield e Star Wars – O despertar da força) e com James Franco no papel do protagonista.

Jake Epping é um modesto professor inglês de Lisbon, Maine (sempre, sempre o Maine), que conhece uma fenda do tempo localizada dentro da despensa do restaurante de seu grande amigo, Al. Uma vez que você passa por essa fenda, você é lançado diretamente para o ano de 1958 e pode ficar à vontade por lá, porque cada vez que você retorna só se passam 2 minutos no tempo presente. Al, cansado de transitar entre os dois universos e bastante doente, incumbe Jake de uma importante missão: impedir o assassinato do presidente Kennedy em novembro de 1963.

Ahhh, mais uma história de viagem no tempo, você deve estar pensando. É. Mas não uma viagem qualquer: primeiro, que é escrita com toda a maestria do King; segundo, o contexto, regras das viagens e efeitos borboleta são extremamente coesos e, terceiro, é tudo embasado em muita, muita pesquisa a respeito de acontecimentos reais que só contribuem para que o drama fique bem amarrado, verossímil e envolvente.

Tá bom. Mas, Manu, de 1958 a 1963 são 5 anos. Qual o tipo de linguiça que o autor chuchou aí? Nenhuma, amigos. King tem, mais uma vez, a minha admiração pelo que ele conseguiu construir aqui. Com base nas muitas anotações de Al, Jake teve esse tempo todo para iniciar sua trajetória de se adaptar ao novo (ou melhor, velho) mundo, viver sob nova identidade e vigiar bem de perto Lee Harvey Oswald, o verdadeiro acusado de ser o assassino do presidente. O ex-marine americano que derrotou a então União Soviética voltou para os EUA com sua esposa, a russa Marina, para poucos anos depois deixar sua marca na História.


05 março 2016

O trunfo de "A bruxa" está na sua simbologia

postado por Manu Negri


Três horas antes da sessão e a sala já estava praticamente lotada. Enquanto eu me sentava no meu lugar marcado, vários góticos suaves, adolescentes e um moleque invocando o belzebu procuravam suas poltronas. Naquele momento, imaginei que no meio do filme ele dispararia tiros contra a plateia, no melhor estilo american way of life, mas achei que um revólver pudesse ser uma arma pouco satânica, e usar facas contra toda aquela multidão daria muito trabalho. O que importa é que o marketing de A bruxa fez efeito: críticas positivas da mídia especializada, elogios de Stephen King e até de um tal Templo Satânico venderam A bruxa como uma grande promessa pra te deixar cagado de medo no cinema.

Estamos no ano de 1600 e pouco, numa comunidade rural da Nova Inglaterra. A família super-religiosa do patriarca William, composta por ele, a esposa e seus cinco filhos, é expulsa da colônia onde viviam por motivos não esclarecidos e é obrigada a se isolar próxima a uma floresta densa, vivendo de caça, plantação própria e muita oração ao nosso bom Senhor Jesus Cristo. Quando o caçula, o bebê Samuel, desaparece de forma bizarra, a paz na rotina daquelas pessoas também vai embora; coisas estranhas começam a acontecer, enquanto uma suspeita de bruxaria se fortalece.

Vamos começar com um WARNING FÃS DE ATIVIDADE PARANORMAL: A bruxa não é um filme de terror jumpscare. Se você estava com isso na cabeça, é melhor nem ir ao cinema, pra não atrapalhar a experiência das outras pessoas (essa minha sessão estava cheia de murmurinho e gente frustrada). No entanto, se você gostou de O Babadook e Corrente do mal, por exemplo, então A bruxa foi feito pra você. O filme é puro horror sugestivo e usa ferramentas muito melhores, na minha opinião, pra te deixar assustado o tempo inteiro, do que monstrinhos aparecendo de surpresa no canto da tela. Aqui, temos uma fotografia belíssima que aproveita a luz natural, escura, sombria e sufocante; uma reconstrução de época extremamente bem feita; cenas longas e mais lentas, principalmente na primeira metade, e uma trilha sonora que eu só consigo classificar agora como insana: desafinada, incômoda, lembra um pouco os cantos gregorianos (puxando para a dualidade religiosidade x profanidade) e parece realmente evocar o mal. Tudo isso é o que constrói a atmosfera tensa e provocativa de A bruxa.


21 fevereiro 2016

Oscar 2016: apostas, injustiças e mais polêmicas

postado por Manu Negri


No final do ano passado, escrevi um post falando sobre como funcionava o processo de votação da Academia no Oscar e quais eram as apostas mais fortes para os candidatos da premiação neste ano. Bom, eu não fui tão ruim assim, vai. Errei um tantinho, mas acertei um tantão também. O mais importante é que foi bem divertido acompanhar a mídia especializada em 2015 – coisa que pretendo repetir neste ano –, poder arriscar chutar vencedores com um cadim mais de confiança e conhecer novos filmes.

Pouco depois do anúncio oficial dos indicados, a polêmica do Oscar começou E É DISSO QUE O POVO GOSHTADe janeiro pra cá, você ouviu falar sobre a expressão “Oscar so white” (“Oscar tão branco”)? As redes sociais, principalmente o Twitter, pipocaram com essa hashtag, endossada por declarações de artistas (entre eles, Spike Lee e Will Smith) que fariam boicote à cerimônia, que vai ao ar no dia 28 de fevereiro. O argumento é a ausência completa de negros nas categorias, justificada por um suposto racismo dos membros da Academia. Calma, calma: quando digo suposto, não estou querendo tirar o deles da reta não, porque a Academia é sim conservadora e cheia de mimimi. Acontece que a ausência de diversidade não é culpa exclusivamente do Oscar.

A cerimônia de premiação começou em 1929, mas a primeira indicação a um artista negro só veio 10 anos depois. De lá pra cá somamos 87 edições do Oscar, entre as quais apenas 15 atores negros levaram a estatueta. Realmente, são números chocantes. Mas pode crer que o buraco é bem, bem mais embaixo. Afinal, a escolha dos indicados se dá a partir das campanhas de marketing dos filmes que estão querendo concorrer às vagas. Quanto mais buzz, mais chances de entrar na corrida. Dentro deste contexto, portanto, cabe a pergunta: desses filmes que ganham festivais e premiações de críticos - ou seja, mais passíveis de também concorrerem ao Oscar -, quantos possuem atores, diretores ou roteiristas negros? O fato é que a verdade que justifica a polêmica do #Oscarsowhite dói ainda mais quando a gente percebe que o problema da diversidade começa justamente aí, bem antes, nesta falta de oferta de bons papéis a minorias. E se falta representatividade nos filmes, obviamente faltará também no Oscar, que nada mais é do que um reflexo do que acontece na indústria do cinema.

"Você não pode ganhar um Emmy por papéis que simplesmente não existem"