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30 dezembro 2015

Os (meus) melhores filmes de 2015

postado por Manu Negri


Aqui a retrospectiva não envolve palhaçada na política ou terrorista fazendo ameaça, e sim personagens fictícios cativantes que proporcionaram ótimas experiências no cinema.

Não ultrapassei o número de filmes assistidos no ano passado, pra minha surpresa, mas é bom que serve pra meta de 2016: aumentar ainda mais essa dose. Foi relativamente fácil selecionar os 15 melhores filmes vistos este ano; o difícil foi listá-los em um ranking. Mas está aí. Aproveitemos o espaço pra trocar figurinhas. :) (ninguém aproveita /cry)

Lembrando que não são necessariamente filmes lançados em 2015!



Bela obturação!
15. WHIPLASH, 2014, de Damien Chazelle | Trailer

Quem acompanhou o Oscar deste ano ouviu falar bem (nos dois sentidos) desse filme. O solitário Andrew quer ser o fodão, a última bolacha (digo, biscoito) do pacote, a última Coca-Cola do deserto quando o assunto é bateria. Pra isso, ele entra na melhor escola de música dos EUA, mas não esperava que seu professor, o bam-bam-bam do jazz, fosse levá-lo ao seu limite físico e mental.


27 dezembro 2015

O melhor romance do ano se chama Carol

postado por Manu Negri


Não que eu tenha visto todos os romances de 2015. Ou que eu queira ser sensacionalista. Mas Carol tem sido assim considerado por muita gente que assistiu, entre imprensa em geral e críticos de cinema, desde sua estreia em maio no Festival de Cannes. E também não creio que esse título seja injusto. Ganhador de vários prêmios desta recente temporada e um dos cotados a Melhor Filme do Oscar 2016 (falei aqui), Carol é simplesmente belo em todos os seus detalhes.

Sabe um desses incomuns exemplos em que o filme consegue ser melhor que seu livro? Pois então. Baseado na obra de Patricia Highsmith, "O preço do sal" (falei aqui) – e já comercializado com o título "Carol" –, a história acompanha o desenrolar do relacionamento entre duas mulheres na década de 50 em Nova York. A primeira vive um casamento sem amor, e, a outra, é uma jovem vendedora de uma loja de brinquedos que sonha em ser fotógrafa. Cate Blanchett e Rooney Mara dão vida à Carol e Therese, respectivamente, em duas atuações que vão arrebatar seu pobre coração.

Todd Haynes é conhecido por dirigir personagens femininas à frente de seu tempo, como a mãe solteira dos anos 30 na minissérie Mildred Pierce, e a esposa exemplar que se envolve com um homem negro na sociedade super-racista de Longe do Paraíso. Em Carol, não é diferente. Acho errado classificá-lo como "romance lésbico" porque, independente se o casal do filme é hetero ou não, uma história de amor continua sento uma história de amor. No entanto, o que conduz este filme é justamente o fato do relacionamento ser entre duas mulheres, em uma época em que a homossexualidade era sinônimo de doença.


26 dezembro 2015

O bizarro mundo distópico de The Lobster

postado por Manu Negri


O diretor grego Yorgos Lanthimos já ganhou a atenção de críticos do mundo inteiro com seu estranho longa Dente canino, de 2009, que narra o dia a dia de uma família que decidiu criar os filhos sozinhos, trancados em casa, sem qualquer influência do que existe lá fora. Lanthimos, neste ano, lançou seu primeiro filme falado em inglês usando a mesma abordagem chocante e atores ricos e famosos, como Colin Farrell, Rachel Weisz (que aparentemente dorme submersa em formol), John C. Reilly e Léa Seydoux.

Quando digo abordagem chocante, é pela estranheza da história em si, a condução, os diálogos e situações surreais que fogem totalmente dos filmes convencionais com que estamos acostumados na indústria do cinema. Você vai entender melhor com essa sinopse de The lobster: em um mundo distópico, as pessoas são proibidas por lei de ficarem solteiras. Qualquer pessoa fora de um relacionamento é enviada para um enorme resort, onde tem 45 dias para encontrar um(a) parceiro(a). Caso após esse prazo não se arranje com ninguém, o hóspede é transformado em um animal de sua preferência e solto na Floresta.


23 dezembro 2015

Minha experiência com Star Wars

postado por Manu Negri


Eu nunca tinha dado bola pra Star Wars, mas achava curioso o hype. Neste ano, comecei a passar vergonha depois de comprar (por 10 reais, tentando justificar) uma capinha pro meu celular que brinca com Starbucks Coffee e a saga. Fãs mal reparavam quando eu apanhava meu celular e já tentavam puxar papo, introduzindo o episódio VII que estava pra estrear, e ficavam não apenas decepcionados com minha resposta, mas OFENDIDOS. A coisa piorou quando invadi a Riachuelo em busca de peças da coleção do filme, sem saber exatamente o porquê. Era hora de repensar minhas atitudes, parças.

Estava preparada para, enfim, assistir a todos os episódios. Infelizmente, como a maioria das pessoas que consome muita cultura pop, eu já sabia de vários spoilers: [Darth Vader é pai do Luke, Luke e Leia são irmãos, I love you, I know, etc]. Gostaria de ter sido surpreendida, mas acho que minha experiência não foi tão prejudicada como imaginei. Quis até fazer tudo certinho e, por isso, pesquisei sobre uma tal ordem dos filmes que eu deveria seguir.

ATENÇÃO NA DICA, AMIGUINHOS INICIANTES


06 dezembro 2015

Como funciona o Oscar e quais são as apostas para os indicados de 2016

postado por Manu Negri


Em janeiro serão anunciados os indicados ao Oscar 2016. Dia 28 de fevereiro acontece a cerimônia. Mas é agora, neste fim de ano – quando acontece a corrida –, que a mídia fica com fogo no cu apostando em quem vai ou não entrar na lista final em meio a várias premiações que podem definir o caminho de vários filmes rumo à estatueta dourada. :B

Não que eu ache o Oscar a coisa mais justa do mundo. Mas não dá pra negar que ele é a maior premiação de cinema do mundo, pelo buzz, visibilidade e tudo mais. Todo ano é a mesma coisa: conto os dias pra data da cerimônia, preparo a pipoca, entro na festa de comentários do Twitter – desde o tapete vermelho – e erro 80% dos vencedores. Isso porque ou não assisti aos filmes ou torço com o coração (o Oscar nem sempre é sobre quem realmente é o melhor do ano, né? #subjetividade).

Dessa vez, estou mais preparada: além de estar mais por dentro de como são os paranauê da premiação, resolvi acompanhar a corrida do Oscar. Então apronta aí o papelzinho do bolão e vem comigo, porque vou querer ver todos os lindos apostando ano que vem.


28 novembro 2015

Filmes da semana #5

postado por Manu Negri



Eu deveria estar postando mais. Provavelmente só eu sei o quanto estou em falta com o blog porque não tenho uma legião de leitores que entra aqui de tempos em tempos pra conferir as atualizações. Mas, se você é um deles, então aqui está meu pedido de desculpas. É que eu verdadeiramente ando sem tempo nessas últimas semanas. Mas prometo que, depois desse novo Filmes da semana, haverá um post novo logo, logo. Da mesma categoria, provavelmente, porque TÁ ACUMULADO :D


Sicário - Terra de ninguém


Sicario, 2015
Na crescente fronteira sem lei entre os Estados Unidos e o México, uma agente do FBI (Emily Blunt) é exposta ao mundo brutal do tráfico internacional de drogas por membros de uma força-tarefa do governo (Josh Brolin, Benicio Del Toro) que a escalam em seu plano para derrotar o chefe de um cartel mexicano.

Denis Villeneuve é um diretor que me conquistou logo no primeiro filme de sua filmografia a que assisti. No caso, foi Incêndios. Tem na Netflix e é maravilhoso. Os suspeitos e O homem duplicado também são incríveis (por mais que eu não tenha curtido tanto este último, reconheço sua qualidade), então não foi surpresa ter gostado bastante de Sicário. O filme é tenso do começo ao fim, tem atuações excelentes da Emily Blunt e do Benicio Del Toro e é favorito em algumas listas de previsões do Oscar 2016 para entrar na corrida de Melhor Filme (não acho nem um pouco que vá concorrer, mas...). O desfecho, surpreende, é tristemente realista. "Os fins justificam os meios"?


16 novembro 2015

"Lugares escuros", de Gillian Flynn

postado por Manu Negri


Estou surpresa com a quantidade de livros que tenho lido num tempo relativamente curto (não me comparo às pessoas que leem 4 ou 5 livros em único mês porque NÃO DÁ. Sério, como elas conseguem? Não estudam? Trabalham? Não comem, têm outros hobbies?). Apostei na Gillian Flynn depois de escutar muitos elogios, principalmente a respeito de Garota exemplar, que quis muito ler depois de ter assistido ao filme (ainda não fiz isso porque a história está fresca na cabeça). E, bom, posso dizer que estou bastante satisfeita.

Lugares escuros nos leva até Libby Day, uma mulher de 32 anos que, aos 7, foi a única sobrevivente do assassinato brutal de sua família – a mãe e duas irmãs – em sua casa numa fazenda de Kinnakee, Kansas. Machadadas, tiros e frases satânicas escritas com o sangue das vítimas nas paredes tornaram o caso famoso por décadas. Na época, ela testemunhou contra o irmão mais velho, Ben, de 15 anos, acusando-o de ser o autor do crime, o que acabou condenando-o à prisão perpétua. Libby cresceu solitária, antissocial, triste, arredia, sem amor próprio e sustentada basicamente por doações de pessoas comovidas com o caso. Mas, como nada nessa vida é para sempre, Libby se vê à beira da falência. Justamente nesse momento ela é convidada a comparecer ao Kill Club, um clube bizarro voltado para membros aficionados por crimes misteriosos que estão dispostos a pagar pela presença dela e por sua ajuda para revirar a noite dos assassinatos, já que nenhum deles acredita que Ben foi o responsável. A partir daí, Libby começa a questionar se realmente não teria dado falso testemunho depois de pressionada em seu depoimento.


23 outubro 2015

Filmes da semana #4

postado por Manu Negri


A vida é irônica, né?
Dessa vez esses REALMENTE foram meus filmes da semana . Sim, vi todos eles numa mesma semana (todos bons, por sinal). Que bom, Manuela, continuemos assim. Tá pouco, manda mais.

Perdido em marte


The martian, 2015
Durante uma missão a Marte, o astronauta Mark Watney (Matt Damon) é dado como morto após uma feroz tempestade e é deixado para trás por sua tripulação. Mas Watney sobrevive e encontra-se sem recursos e sozinho no planeta hostil. Apenas com suprimentos escassos, Watney deve contar com a sua criatividade, engenho e espírito para subsistir e encontrar uma maneira de sinalizar à Terra que está vivo. 


Ridley Scott mandou bem. Adorei Perdido em Marte. Não tem nem de perto aquela carga dramática de Interestelar (onde o Matt Damon TAMBÉM precisa ser resgatado), o que você percebe com 20 minutos de filme, então a dica é: relaxe e embarque na proposta do diretor. Perdido em Marte é leve, bem humorado e divertido, eu diria. Não que estar completamente sozinho em um planeta inóspito seja algo legal, mas o personagem Mark Watney é do tipo otimista que não se deixa abater e “WELL, já que eu não quero morrer aqui, vamos dar um jeito nisso”. Em nenhum momento você tem medo de que ele morra, porque você SABE que ele vai conseguir se virar em Marte, e a graça está exatamente nisso: acompanhar as ideias inteligentes usadas para tentar sobreviver por ANOS enquanto a ajuda não chega.

PS: 3D totalmente dispensável.



30 setembro 2015

Filmes da semana #3

postado por Manu Negri


Por favor, não se sintam enganados. É claro que a seção Filmes da Semana não é a compilação de filmes que assisti numa mesma semana; eu apenas junto pelo menos 3 desde o último post, independente da data, pra poder dar sustança.  Não era minha intenção, aliás, publicar outro Filmes da Semana tão cedo, visto que o mais recente ainda aparece ali em cima, nos posts-destaque. Mas acontece que depois da viagem estive adoentada e minhas escassas energias foram gastas não escrevendo crônicas, mas deitadinha na cama, conferindo uns títulos bons, outros ótimos, outros nem tanto.

Bora?

Ninho de musaranho


Em Madri, nos anos 1950, vive Montse (Macarena Gómez) (MACARENA), uma mulher que sofre de agorafobia e cuida da irmã mais nova (Nadia de Santiago), já que a mãe morreu durante o parto e o pai abandonou as filhas. A doença de Montse faz com que ela se prenda dentro de um apartamento, piorando a situação. Um dia, a relação entre as irmãs começa a mudar com a chegada de um vizinho, Carlos (Hugo Silva).

Eu adoro thrillers espanhóis. O corpo, O labirinto do fauno e O orfanato são alguns que eu curto bastante (não sei se os dois últimos se encaixam corretamente no gênero) e direcionam a história pra um drama que fica bastante presente, dando um peso dramático maior ao filme. Em Ninho de musaranho isso também acontece. Ele é claustrofóbico, angustiante e me causou todo tipo de sentimento em relação à personagem da Macarena Gómez (MACARENA - minha idade mental afetada me permite rir dessas coisas), que deu um show de atuação. Porém, uns furinhos no roteiro e o fato do Paulo (ou foi o Rafa? não lembro) ter matado cedo a charada do filme fizeram com que o final perdesse força pra mim.


09 setembro 2015

Ainda dá tempo de assistir a "Que horas ela volta?"

postado por Manu Negri


As críticas positivas sobre o filme começaram a pipocar desde sua passagem em festivais internacionais. Quando estreou no Brasil, tratei de marcar uma data pra assistir. Não deu certo. Entrei de férias, vim pra Vitória e cacei o único cinema que o estava exibindo, em meio a sessões lotadas. É uma pena que "Que horas ela volta?" tenha tão pouco espaço no circuito comercial; se você tiver sorte, antes que renovem os filmes em cartaz nesta próxima quinta-feira, compre seu ingresso: o filme é belíssimo.

Quem só sabe torcer o nariz pro cinema nacional está perdendo uma obra-prima. Quem aproveita pra falar mal da Regina Casé, então, perde também uma atuação sensacional. Ela interpreta Val, uma empregada doméstica nordestina que se mudou para São Paulo a fim de conseguir melhores condições de vida e que trabalha há mais de 10 anos para os mesmos patrões, morando na mesma casa. Quando sua filha (vivida pela também ótima Camila Márdila) dá a notícia de que está indo para a cidade prestar vestibular, precisando de um lugar para ficar, a dinâmica da família começa a sofrer alguns impactos.

Na primeira cena do filme, vemos Val cuidando e brincando com Fabinho, único herdeiro (tô fazendo a revista Caras) de "dona" Barbara e "doutor" Carlos, a quem ela trata como seu próprio filho. Percebemos o carinho e a relação entre os dois que se estabelece em contrapartida à ausência da mãe no dia a dia do menino, que pergunta "que horas ela volta?" (rá!), e na passagem de tempo que liga à sequência seguinte de cenas, quando já adolescente ele compartilha com a empregada detalhes íntimos de sua vida.


01 setembro 2015

Filmes da semana #2

postado por Manu Negri


Eike delícia ver filminho debaixo das cobertas, né, migos? E, dessa vez, dei a sorte de assistir a três muito bons. Se você curte drama e terror, se liga na fita:


O sol é para todos


Jean Louise Finch (Mary Badham) recorda que em 1932, quando tinha seis anos, Maycomb, no Alabama, já era um lugarejo velho. Nesta época Tom Robinson (Brock Peters), um jovem negro, foi acusado de estuprar Mayella Violet Ewell (Collin Wilcox Paxton), uma jovem branca. Seu pai, Atticus Finch (Gregory Peck), um advogado extremamente íntegro, concordou em defendê-lo e, apesar de boa parte da cidade ser contra sua posição, ele decidiu ir adiante e fazer de tudo para absolver o réu.

Falei um cadim sobre este filme no post de O sol é para todos, o livro fantástico que lhe deu origem, escrito por Harper Lee e ganhador do Pulitzer em 1961. A adaptação, como sempre acontece, suprimiu várias partes da história, mas nada que prejudicasse a mensagem principal de tolerância, esperança e respeito pelo próximo. Achei os personagens parecidíssimos com os do livro, conseguiram amarrar os principais acontecimentos numa linha cadente e criaram um desfecho lindo. Poderia muito bem ter sido listado no post 5 filmes em preto e branco pra quebrar o gelo, se eu tivesse assistido a tempo, porque acho difícil alguém não gostar de O sol é para todos. 



21 agosto 2015

5 filmes em preto e branco pra quebrar o gelo

postado por Manu Negri


Existe preconceito com filme antigo sim e taí o bullying sofrido por mim que não me deixa mentir. É nessas horas que eu penso naquelas pessoas que curtem não o cinema, mas sim passar um tempinho do dia assistindo a um filme. Nada contra. Mas neste post eu vim agir como mãe: como assim você diz que não come brócolis, se nunca experimentou? (essa analogia não serve pra tudo na vida, mas nesse caso vamos usar)

É fato que a linguagem cinematográfica evoluiu com o passar dos anos e nos tornamos um público muito mais sofisticado do que o dos anos 30, 40, 60. Por isso esse estranhamento natural com a narrativa empregada nos filmes mais antigos; mas o legal é exatamente isso: entender como o cinema funcionava, as técnicas, a direção, a estética e tudo mais. Particularmente, acho fascinante :D Portanto, pra gente quebrar o gelo e tentar deixar esse mimimi não-vejo-filme-em-preto-e-branco de lado, indico cinco filmes clássicos excelentes:


18 agosto 2015

Filmes da semana #1

postado por Manu Negri


É, eu sei. Andei pulando uns diazinhos no BEDA (Blog Everyday August), mas é que tá osso, e eu detesto a ideia de ter que preencher os posts do projeto só por preencher. Então, falando um pouco mais de cinema (SEMPRE É POCO, MANDA MAIS) e alimentar o bloguinho, resolvi inaugurar uma seção com os filmes que eu assistir a cada semana. :)

Ex Machina


Caleb (Domhnall Gleeson), jovem programador de computadores, ganha um concurso na empresa onde trabalha para passar uma semana na casa de Nathan Bateman (Oscar Isaac), o brilhante e recluso presidente da companhia. Após sua chegada, Caleb percebe que foi o escolhido para participar de um teste com a última criação de Nathan: Ava (Alicia Vikander), uma robô com inteligência artificial. No entanto, essa criatura se apresenta sofisticada e sedutora de uma forma imprevisível.

Vamos combinar que esse é o PRIMEIRO FILME do diretor Alex Garland e o cara já arrasa. Numa atmosfera de constante tensão, em Ex Machina acompanhamos Caleb - um jovem tímido e inseguro, contrastando fortemente com a figura descolada e cheia de si de Nathan - em sua missão de aplicar o Teste de Turing em Ava e descobrir se o comportamento que ela apresenta é equivalente ao de uma máquina ou de um ser humano. O problema, como a sinopse acima sugere, é que ele cai num jogo de manipulações e não sabe se confia nela ou em seu criador. Caleb passa a se importar com os sentimentos - pera, sentimentos? - de Ava, interpretada com muito equilíbrio entre curiosa, impulsiva e inocente pela menina Vikander, levando a um ato final ligeiramente previsível apesar de ir contra o que o espectador deseja, deixando-nos a pergunta-chave: "afinal, Ava agiu como robô ou não?"




04 agosto 2015

10 histórias de amor sem açúcar

postado por Manu Negri



Diferentemente de romances mela-cueca com que muitos estão acostumados, nessa lista você encontra filmes que retratam relacionamentos realistas, com seus altos e baixos, decepções e obstáculos, sem garantia de final feliz.  A arte imita a vida, meus caros.


Namorados para sempre (Blue Valentine), 2010



Primeiro, vamos esquecer esse título horrendo em português que provavelmente passa uma noção errada do filme. Em Blue Valentine, Cindy (Michelle Williams) e Dean (Ryan Gosling) se apaixonam, se casam e têm uma filha. O relacionamento, no início cheio de paixão e esperança, começa a se desintegrar com o passar dos anos, construindo um retrato íntimo da vida de um casal que luta para resgatar os sonhos de outrora (falei bonito).
Talvez Michelle não tenha suportado o bigode vintage de Ryan Gosling? Talvez.

"E se eu quebrei seu coração na noite passada, é porque te amo acima de tudo."


Candy, 2006 



Pra galera sofredora de humanas: a pintora Candy (Abbie Cornish) e o poeta Dan (Heath Ledger) se apaixonam à primeira vista. Como em todo começo de namoro, tudo é vivido muito intensamente. E de intensidade eles entendem bem, já que ambos são viciados em heroína. À medida que o tempo passa, Candy e Dan se afundam nas drogas e tentam sobreviver se agarrando ao amor que sentem um pelo outro. Um filme extremamente sensível e que tem a cena de abertura mais linda que já vi.

"Nosso mundo era tão completo."


03 agosto 2015

Terror psicológico de qualidade em "Goodnight mommy"

postado por Manu Negri



Terror é um dos meus gêneros favoritos no cinema e sei o quanto tem sido difícil um lançamento de qualidade nos últimos anos. Mas, pela graça dos deuses, em 2014 The Babadook surpreendeu pela proposta diferente e seu viés psicológico, caminho também trilhado por Goodnight Mommy (que considero muito melhor), um filme austríaco dirigido por Severin Fiala e Veronika Franz.

Na história, os gêmeos de 10 anos Lukas e Elias passam os dias brincando em sua enorme casa de campo à espera da volta da mãe, que está internada no hospital devido à uma cirurgia plástica no rosto. Mas, quando ela finalmente chega, o cheiro de merda está evidente (no sentido figurado, galera).

Com ataduras cobrindo quase toda a face, a mãe dos meninos não só passa os dias escondida como está mais distante, rígida e irritadiça. Antes uma figura que trazia consolo e paz, ela agora causa tensão e medo nas crianças, que começam a desconfiar se ela é realmente sua mãe. E é essa desconfiança o fio que conduz toda a narrativa do filme.


09 junho 2015

Sense8: a nova série sensação da Netflix (tum dum tss)

postado por Manu Negri



Lembra dos irmãos Wachowski? Nome esquisito, né? Talvez se eu assoviar "criadores de Matrix", melhore. Infelizmente eu dormi enquanto tentei assistir, em parte porque não tinha maturidade pra entender a história na época, mas posso dizer que eles foram os roteiristas de V de Vingança, um dos melhores filmes da minha vida, e acertaram bem a mão ao trazer sua veia criativa sci-fi para Sense8 – a nova série da Netflix que estreou no dia 5 de junho, com 12 episódios.

As personagens principais são muitas: Riley, uma DJ islandesa que vive em Londres; Will, um policial sangue bom de Chicago; Capheus "Van Damme", um motorista de van de Nairóbi; Sun, uma empresária coreana e lutadora de artes marciais; Lito, um astro de filmes mexicanos que tem uma ~vida dupla~; Kala, uma farmacêutica indiana que não quer se casar sem amor; Wolfgang, um alemão especialista em arrombar cofres; e Nomi, uma hacker e ativista transgênero de São Francisco. Todos tão diferentes e de lugares tão diferentes do mundo, mas com algo em comum: são capazes de partilhar entre si memórias, habilidades e sensações. Basicamente, podem entrar nas mentes uns dos outros e, por isso, são chamados de "sensates" (ou "sensitivos", aqui).


11 maio 2015

10 motivos para assistir à série Les revenants

postado por Manu Negri



Eu costumo evitar começar séries novas porque consomem muito do meu tempo livre  tempo em que poderia estar vendo filmes novos, por exemplo. E eu sempre prefiro assistir a filmes, que não põem aliança no meu dedo e me juram ser fiel por todas as temporadas, na alegria e na tristeza; a gente só passa umas duas horinhas juntos e depois nos despedimos.

No entanto, após elogios rasgados de uma migs sobre Les revenants, resolvi dar uma chance. Não custava nada deixar baixando e assistir depois que nem lembrasse mais. Acontece que foi paixão ao primeiro episódio e aqui estou eu, chorando em posição fetal enquanto espero a nova temporada.

"Les revenants traz a história de pessoas mortas há anos — algumas há décadas — que, inexplicavelmente, retornam à vida e tentam reencontrar seus parentes e antigos amores, em uma pequena cidade. Enquanto todos, muitos assustados e outros gratos pelo retorno dos entes queridos, tentam entender o que está acontecendo, um mistério sobrenatural ronda a cidade."


24 março 2015

A gangue: um filme inteiro em linguagem dos sinais

postado por Manu Negri



"Esse filme não possui narração ou legenda porque o amor e o ódio não precisam de tradução". É assim que começa A gangue, e essa frase será a única coisa que você irá ler durante as mais de duas horas seguintes, sem qualquer aparato vocal, já que a história toda é contada em linguagem de sinais.

Dirigido pelo ucraniano Miroslav Slaboshpitsky (-q), A gangue – seu longa de estreia – conquistou quatro prêmios no Festival de Cannes do ano passado, além de muitas outras premiações pelo mundo, graças à sua estética, originalidade e resultado fantástico alcançado por um elenco composto apenas de atores surdos. Talvez tenhamos aí uma obra-prima, ladies and gentlemen.  

O filme narra a história de Sergey (e só sabemos o nome dele por causa da ficha técnica, risos), um adolescente que entra para um internato especial para surdos e logo descobre que alguns alunos montaram uma rede de crimes e prostituição da qual ele fará parte em breve. 


24 fevereiro 2015

50 tons de polêmica

postado por Manu Negri



50 tons de cinza talvez seja um dos poucos exemplos em que o filme é melhor que o livro. Bom, nesse caso, qualquer adaptação provavelmente ficaria melhor que o livro, que é tão ruim que mal passei da metade, mas acho que esse apanhado de críticas que formaram uma avalanche na internet desde sua estreia nos cinemas é, em grande parte, só vontade de pegar no pé por simples prazer.



09 fevereiro 2015

O iluminado: livro, filme e minissérie

postado por Manu Negri



Um clássico da literatura de horror e um clássico do terror no cinema. Mesmo que você nunca tenha lido ou assistido ao filme de Stanley Kubrick, com certeza já deve ter ouvido falar de O iluminado, que fez e faz tanto sucesso que hoje já se incorporou à cultura pop mundial. O livro foi escrito pelo meu muso Stephen King, em 1977, e, além da adaptação famosa para as telonas, ganhou uma minissérie em 1997 que muitos julgam ser melhor que a versão do Kubrick, inclusive o próprio King. Quer saber por quê? Então segura esses spoilers aí embaixo, champs.